Classe virtual

2 minutos de leitura

A plataforma digital criada para atender a rede de ensino adventista durante a pandemia

Thiago Basílio
Servindo a uma das maiores redes confessionais do país, o E-class acumula números expressívos: 700 mil aulas cadastradas, 250 milhões de visualizações de páginas e 10 milhões de respostas dos alunos. Foto: Janaína Holles Sousa

Com as aulas suspensas por causa da pandemia do novo coronavírus, um cenário de muitas interrogações pairou sobre o mundo: como manter o ensino com as escolas fechadas?

Para sanar o problema de maneira integrada, a Educação Adventista no Brasil produziu, em cinco dias, uma plataforma digital que possibilitou a continuidade das atividades. O E-class permitiu aos mais de 225 mil alunos da rede se conectarem com o ensino a distância. A plataforma já reúne 700 mil aulas gravadas pelos professores de todos os níveis da educação básica. No ambiente virtual, os alunos têm acesso ao cronograma de atividades e submetem as tarefas solicitadas pelos docentes. A plataforma permite o download e upload de arquivos em texto, áudio e vídeo. “O E-class foi desenvolvido para proporcionar plenas condições de interação entre alunos, professores, escola, família, bem como um excelente ambiente para o processo de ensino e de aprendizagem”, afirma o pastor Edgard Luz, que coordena a Educação Adventista em oito países da América do Sul.

A iniciativa surpreendeu as famílias dos estudantes. “Fiquei impressionada e emocionada ao ver o E-class, pois tenho meus sobrinhos e primos que não estão tendo esse suporte. A gente sabe da dificuldade dos outros colégios, mas a escola adventista está de parabéns”, avalia Darlene Barbosa, mãe do Adriano Barbosa, aluno do 9º ano do ensino fundamental do Colégio Adventista da Cidade Nova, em Ananindeua (PA).

A capacidade de dar uma pronta resposta para manter, mesmo que a distância, o funcionamento das escolas evidencia o background e a experiência que o Portal da Educação Adventista vem adquirindo ao longo dos anos com inúmeros projetos, suportes, aplicativos e plataformas pedagógicas. A equipe, mantida pela Casa Publicadora Brasileira (CPB), editora parceira da rede educacional, tem formação, estrutura, repertório e conhecimentos importantes para atender de forma personalizada às necessidades escolares das mais de 512 unidades espalhadas por todas as regiões do país, em uma situação emergencial como a que estamos enfrentando.

“Temos trabalhado com afinco para atender as demandas que surgem desta situação que, com certeza, é um contexto atípico não só para a Educação Adventista, mas para todo o mundo”, observa Alexander Dutra, gerente de Didáticos da CPB, que também atribui o sucesso do projeto ao grande engajamento dos professores na adaptação das suas aulas.

É nesse momento que a proatividade criativa se revela. Historinhas, teatros, quadros improvisados e até vlogs, como é o caso da iniciativa do Carlos Daniel, professor de História no Colégio Adventista de Paulínia (SP). Ele alimenta o Acima da Média, seu canal no YouTube. Por meio da ferramenta, Carlos explica os assuntos dos conteúdos programáticos postados no E-class. “Dar aulas on-line tem exigido muito mais da criatividade. Precisamos adaptar, pois uma coisa é você lecionar em um ambiente que te propicia isso, outra é ter diversas questões chamando mais atenção na internet do que a aula”, o professor comenta.

Apesar de ser uma experiência nova, as adaptações têm agradado a vestibulanda Laura Sant’Ana, estudante do 3º ano do ensino médio no Colégio Adventista de Maringá (PR), neste momento tão importante da sua trajetória acadêmica. “É algo que nunca vivi, porém tem sido bom. É muito diferente. A gente tem que se ensinar a estudar sozinho. Mas os professores estão ajudando muito.” São novas formas de aprender para que, mesmo em casa, a educação continue muito além do ensino.

THIAGO BASÍLIO, jornalista e mestre em ­Divulgação Científica e Cultural, é editor web na CPB ­Educacional

(Publicada originalmente na seção se notícias da edição de junho de 2020 da Revista Adventista)

LEIA TAMBÉM

O fator educação

Última atualização em 17 de junho de 2020 por Márcio Tonetti.