No tom certo

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Sem dogmatismos, livro oferece critérios e orientações para o ministério da música na igreja local 
Nerivan Silva
Foto: Divulgação

Música tem sido um dos temas mais discutidos na Igreja Adventista nas últimas décadas. E em muitos lugares há divergências sérias sobre esse assunto. De um lado estão os chamados “conservadores”, que, muitas vezes, movidos pela defesa do que consideram princípios eternos, buscam definir todas as nuances da música da igreja com base no que julgam que será o estilo de música do Céu. Do outro, estão os “liberais”, que, em nome da inovação e relevância litúrgica, descuidam de alguns critérios, pensando apenas em como atrair pessoas para as celebrações.

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A difícil tarefa de tentar promover um diálogo entre música, teologia, arte e religião é encarada por Daniel Oscar Plenc no livro Música na Igreja (192 p.), que será lançado no próximo mês pela CPB. Plenc é professor de Teologia na Universidad Adventista del Plata, na Argentina, e há décadas tem estudado as áreas de história da igreja, escritos de Ellen White e adoração.

Seu livro é mais uma busca por repostas do que uma receita litúrgica pronta. Por isso, como caminho para pesquisa, ele faz um extenso estudo sobre a música no Antigo e Novo Testamentos, destacando os livros em que as narrativas sobre adoração e louvor são mais frequentes e explícitas. Plenc mostra que na Bíblia a música está relacionada com vários sentimentos e circunstâncias, como alegria, tristeza, luto, alarme, coroação, prazer, vitória, êxtase e terapia.

Ele também se debruça sobre os escritos de Ellen G. White, uma de suas especialidades, para verificar o que a pioneira escreveu sobre o assunto. Plenc resgata ainda a história da produção de hinários adventistas e dos documentos da igreja sobre o tema.

Na quarta e última parte do livro, ele aborda aspectos práticos para a igreja local quanto ao lugar da música no culto de adoração. Com base no Manual da Igreja e no Guia Para Ministros, ele descreve também as atribuições e o perfil daqueles que servem no Ministério da Música, como os instrumentistas, regentes e diretores de coral.

Música na Igreja trata-se de uma leitura imprescindível para os que desejam ter uma compreensão mais ampla desse assunto, bem como esclarecer dúvidas, e cumprir com o propósito desse ministério que, na visão do autor, é tríplice: adorar a Deus, edificar a igreja e evangelizar o mundo.

NERIVAN SILVA é pastor, jornalista e editor da Revista do Ancião

TRECHOS

“Nunca houve um tempo em que as igrejas tivessem a seu alcance mais recursos do que hoje para o desenvolvimento de um Ministério da Música. Cada vez mais, os instrumentos contam com maiores possibilidades e a musicologia tem prestado contínuas contribuições. Por sua vez, muitas congregações enfrentam tensões relacionadas com os estilos de música destinados à adoração” (p. 8).

“A música do culto segue os mesmos propósitos da celebração litúrgica, ou seja, cumpre um objetivo triplo: a adoração a Deus, a edificação da igreja e a evangelização do mundo” (p. 85).

“O talento musical, quando usado para a glória de Deus, marca o programa da igreja com beleza, arte e graça. É preciso oferecer o melhor de si mesmo para o serviço de Deus” (p. 173).

(Resenha publicada originalmente na edição de fevereiro de 2019 da Revista Adventista)

Última atualização em 19 de fevereiro de 2019 por Márcio Tonetti.