Os últimos mensageiros

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As publicações contendo o evangelho eterno irão preparar o mundo para a obra de selamento

Guilherme Silva
Imagem: Divulgação

Qual é o futuro dos livros e revistas impressos? Qual será a relevância da informação distribuída em papel e tinta para a geração de nativos digitais? Perguntas como essas têm trazido preocupação a grande parte dos profissionais do ramo editorial. Mas, enquanto muitos olham para a crise, outros vislumbram as oportunidades. Isso é o que faz Lemuel Olán Jiménez, no livro A Última Voz (CPB, 2020, 128 p.). Ele, porém, não focaliza as possibilidades de expansão do negócio editorial, mas vê sobretudo o papel de destaque das publicações cristãs nos momentos finais da história da Terra.

Segundo o autor, os livros impressos com a mensagem bíblica não deixarão de existir. Isso por um simples motivo: eles terão uma função essencial nos eventos ligados ao fim como os últimos mensageiros de Deus ao mundo. Sua convicção está solidamente alicerçada na compreensão adventista sobre os eventos finais. Um ponto fundamental para compreender a obra são as profecias apocalípticas de um acirramento do grande conflito entre o bem e o mal, em que o povo de Deus será perseguido e boicotado (ver Ap 13) antes da libertação sobrenatural por ocasião da segunda vinda de Cristo.

Em um futuro cenário de censura à pregação do evangelho eterno, Jiménez argumenta que a pregação pública e por meios eletrônicos e digitais estará proibida ou bloqueada. Nesse cenário, os livros que forem distribuídos até aquele momento serão os últimos pregadores. Eles irão atuar preparando o mundo para a obra divina de selamento, em que cada pessoa poderá escolher entre obedecer aos mandamentos de Deus ou aos decretos humanos.

Essa compreensão escatológica tem, segundo o autor, um desdobramento bastante prático e urgente: a igreja precisa distribuir o maior número possível de publicações para o maior número de pessoas, e isso o mais rapidamente possível. De acordo com Ellen White, “aproximamo-nos rapidamente do fim. A impressão e circulação dos livros e revistas que contêm a verdade para este tempo devem ser nossa obra” (O Colportor-Evangelista, p. 5).

Jiménez não minimiza a importância da integração de mídias e de todas as formas de evangelismo na atualidade, mas alerta para o fato de que o cenário profetizado sobre os acontecimentos finais deve fazer a igreja multiplicar esforços para distribuir livros, a exemplo do que ocorre na América do Sul, no Impacto Esperança, que em mais de dez anos tem levado literatura missionária a cada família em oito países que compõem seu território. Segundo o autor, o tempo de evangelizar com publicações é agora.

Vale a pena ler o material, alcançar novas perspectivas sobre o assunto e, acima de tudo, engajar-se nessa missão.

TRECHOS

“A fim de salvar o mundo dos enganos fatais do tempo do fim, este livro sugere não só o que devemos fazer, mas também quando, como e por que isso precisa ser feito. Deus nos concedeu a maior oportunidade do mundo para esta época” (p. 26).

“Se decidirmos acabar com algo, é porque vemos seu perigo em potencial. Toda a perseguição contra os livros ao longo da história é uma demonstração de que a literatura tem poder” (p. 82).

GUILHERME SILVA é pastor e editor de livros na Casa Publicadora Brasileira

(Resenha publicada na seção Estante da edição de agosto de 2020 da Revista Adventista