Médicos de clínica adventista realizam intervenção cardíaca inédita

2 minutos de leitura
Sucesso do procedimento realizado em um jovem de 24 anos foi notícia no principal jornal impresso da Argentina nesta semana

Clínica Adventista BelgranoUma intervenção cardíaca bem-sucedida realizada pela primeira vez em um jovem chamou a atenção da comunidade médica e da imprensa na Argentina. Recomendado especialmente para pacientes com mais de 65 anos por ser menos invasivo, o chamado Implante Valvar Aórtico Percutâneo (TAVI, na sigla em inglês), foi realizado pela Clínica Adventista Belgrano, com sede em Buenos Aires (Argentina), no fim de dezembro. De acordo com a equipe médica, o paciente já recebeu alta e passa bem.

“Sem dúvida, trata-se do primeiro [procedimento desse tipo] na Argentina em alguém tão jovem e não temos nenhum relato de um caso semelhante em outros países”, afirmou o médico Alejandro Cherro, chefe da Cardiologia Intervencionista do Instituto Cardiovascular Adventista (ICA), em entrevista ao site do jornal Clarín.

O paciente de 24 anos tinha histórico de válvula aórtica bicúspide, anomalia congênita que causa uma severa restrição do fluxo sanguíneo do coração para a aorta. Por isso, ele já havia sido submetido a vários tratamentos. “Nos primeiros meses de vida, ele foi submetido à valvuloplastia aórtica e anos depois teve a substituição da válvula aórtica por meio de cirurgia convencional que exigiu, dentro de pouco tempo, uma nova cirurgia por conta de uma infecção da válvula que havia sido colocada. Por isso, recebeu um implante proveniente de doador cadáver”, explicou Gustavo Weiss, diretor médico do Instituto Cardiovascular Adventista.

Doze anos depois dessa operação, foi necessária uma nova mudança na válvula. Tendo em vista seu histórico médico e outros problemas, cogitou-se um transplante de coração.

Porém, como ressaltou Ernesto Torresani, médico especialista em Cardiologia Intervencionista que também participou no procedimento clínico, graças à técnica usada foi possível adiar o transplante por vários anos e quem sabe até evitá-lo, tendo em vista os avanços tecnológicos.

“O que eles fizeram é algo inovador e incomum, não só para a idade do paciente, mas porque ele tinha colocado uma válvula de cadáveres. Graças a isso, os médicos aumentaram suas chances de sobrevivência e melhoraram a qualidade dos anos que ele tem pela frente”, acrescentou Jorge Lerman, ex-presidente da Sociedade Argentina de Cardiologia e da Fundação do Coração e professor de Cardiologia da Universidade de Buenos Aires.

Para saber +

A substituição da válvula aórtica por cateterismo permite restabelecer os volumes normais de passagem do fluxo de sangue do ventrículo esquerdo para a aorta (para saber mais, clique aqui). Há mais de uma década, o procedimento foi introduzido como uma nova metodologia terapêutica na Cardiologia. [Márcio Tonetti, equipe RA, da redação / Com informações de Paula Galinsky, do Clarín]

Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.