Pela primeira vez na história

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Número de membros da Igreja Adventista passa de 19 milhões, segundo novo relatório divulgado pela sede mundial
O ano de 2015 foi marcado por batismos em massa em vários países. No Zimbábue, por exemplo, 30 mil pessoas foram batizadas durante série evangelística realizada no mês de maio. Foto:
O ano de 2015 foi marcado por grandes cerimônias batismais em vários países. No Zimbábue, por exemplo, 30 mil pessoas foram batizadas durante série evangelística realizada no mês de maio. Créditos da imagem: reprodução da Adventist Review

Dados divulgados nesta semana pela sede mundial adventista mostram que, pela primeira vez na história, o número de membros da denominação passou de 19 milhões. Com base em 2015, o relatório do departamento de Arquivos, Estatísticas e Pesquisa da igreja mundial mostra que houve um crescimento líquido de fiéis de 3,5 por cento em relação ao ano anterior, o que representou 647 mil membros a mais que em 2014. A igreja encerrou 2015 com 19.126.447 adventistas.

Chama a atenção também o número recorde de igrejas organizadas no mesmo período: 2.741. No ano passado, uma igreja foi estabelecida, em média, a cada 3,2 horas. O recorde anterior havia sido registrado em 2014, quando foram organizadas 2.446 congregações. Segundo David Trim, diretor do departamento, trata-se do maior número registrado pela denominação.

Ele ressalta que, nas últimas duas décadas, o montante de templos adventistas dobrou. “Só ultrapassamos o número de 40 mil igrejas em 1995”, observa. De acordo com o relatório, até o dia 31 de dezembro de 2015 foram contabilizadas 81.551 igrejas organizadas e 69.909 grupos.

Raio X da igreja  

Nos últimos anos, o setor de Arquivos, Estatísticas e Pesquisa da sede mundial tem buscado aperfeiçoar seu sistema de auditoria com o objetivo de ter um retrato mais fiel da realidade da igreja.

Mesmo os relatórios estatísticos mais apurados têm mostrado que houve crescimento. Para o pastor Ted Wilson, presidente mundial da Igreja Adventista, isso é motivo de comemoração. “Louvado seja Deus pelo crescimento! Isso me diz que até mesmo com a devida auditoria criteriosa nos registros de membros iniciada no mundo inteiro nos últimos cinco anos, a Palavra de Deus está avançando de maneira maravilhosa pelo poder do Espírito Santo. Assim, a obra de Deus está se expandindo”, afirma.

Conforme acredita o pastor G. T. Ng, secretário-executivo da igreja em nível mundial, “a igreja tem prosperado porque seguiu fielmente as instruções de Deus em Mateus 24:14 para evangelizar o mundo”.

Regiões que mais cresceram

Em relação ao número de membros, a Divisão Centro-Oeste Africana foi a que obteve crescimento mais rápido no ano passado. Seu número de fiéis chegou a 683.318, um aumento de 7,6% no ano.

Já no que diz respeito ao crescimento líquido, se destacaram as Divisões Sul-Africana Oceano Índico e Sul-Americana. No continente africano, a Zâmbia, por exemplo, entrou para o seleto grupo de países com mais de um milhão de adventistas (saiba mais aqui). Outra nação africana que também se aproximou dessa marca foi o Zimbábue. No mês de maio, 30 mil pessoas foram batizadas numa grande campanha evangelística no país (leia mais aqui).

Segundo noticiou a Adventist Review, publicação oficial da igreja nos Estados Unidos, no contexto sul-americano o aumento do número de fiéis tem sido impulsionado por um programa cada vez mais ativo e propagado que busca resgatar ex-membros.

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No entanto, para o pastor Gary Krause, líder do departamento de Missão Adventista da Associação Geral, o principal motor do crescimento tem sido o plantio de igrejas. “Incentivo cada igreja a não apenas se concentrar no crescimento das comunidades existentes, mas a orar e planejar formas de iniciar novos grupos de crentes”, ele aconselha, ao ressaltar que essa estratégia é a “força vital” do crescimento denominacional.

Perdas no período

Por outro lado, o relatório também mostra que houve perdas. Em 2015, foram registradas 59.152 mortes. Embora esse total tenha sido menor do que em 2014, os dois últimos anos foram os que registraram o maior número de óbitos de toda a história adventista. “Naturalmente, isso não surpreende se considerarmos o aumento do número de membros”, Trim observa. Ele também associa esse aumento à maior precisão da auditoria de membros.

No total, em 2015 a denominação perdeu 710 mil membros, incluindo perdas por morte, desaparecimento e apostasia. Em 2014, foram 763 mil.

Ganhos no discipulado

Para David Trim, embora seja bastante significativo o fato de a denominação ultrapassar a marca de 19 milhões de membros, o mais importante a ser considerado é a porcentagem de membros engajados na missão.

“Um quadro estatístico mais preciso é o primeiro passo para o crescimento e a renovação pessoal pelos quais todos oramos. Sabemos que quando os membros são ativos e os discípulos frutíferos, o crescimento do número de fiéis também acontece”, ressalta Trim.

Portanto, como resume o pastor G. T. Ng, secretário-executivo da igreja mundial, o grande desafio é discipular pessoas para que elas desempenhem um papel ativo na missão.

Segundo o pastor Ted Wilson, vai muito bem o projeto Envolvimento Total dos Membros, lançado no ano passado com esse objetivo. “Os membros da igreja e os pastores estão extremamente ativos na conquista de pessoas e em entrar nas novas áreas ainda não alcançadas”, enfatiza. “O fato de termos mais de 69 mil grupos, além das 81.551 igrejas organizadas, é um sinal de uma tremenda proclamação proativa das mensagens dos três anjos (Ap 14:6-12) e da direção do Espírito Santo”, acrescenta.

Mesmo que, em um planeta com 7,4 bilhões de pessoas, 19 milhões de adventistas ainda representem uma pequena parcela da população mundial, o pastor Wilson acredita que o crescimento apontado nos últimos anos nos relatórios estatísticos da igreja mostra que “o Senhor está trabalhando poderosamente em sua igreja”. [Equipe RA, da redação / Com reportagem de Andrew McChesney, da Adventist Review]

Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.