Arma poderosa

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A influência da oração na batalha contra a ansiedade

Pablo Canalis

Foto: Adobe Stock

Joana entrou naquela sala tremendo. Não havia dormido na noite anterior, pensando em todas as possibilidades. Precisava ir bem naquela prova. Não podia decepcionar os pais, que haviam depositado tantas expectativas nela. Sentou-se, respirou fundo algumas vezes, mas não conseguia se acalmar. E se não conseguisse entrar naquela universidade? Se não fosse realmente o que ela queria fazer pelo resto da vida? Se estar longe de casa trouxesse problemas? Seu pensamento estava acelerado, e as perguntas voavam em sua mente na velocidade da luz!

Ela recebeu a prova e, ao lê-la, as palavras pareciam tremer nas folhas. Sua visão ficou turva. Nesse momento, Joana teve a sensação de que iria desmaiar. Pediu para sair, respirou fundo e lembrou-se dos conselhos que a psicóloga tinha lhe dado. Tentou se acalmar e voltou à sala de avaliação. “Eu tenho que enfrentar essa prova. É só uma prova! Não posso ficar assim… Ah, posso, sim! Não quero estar aqui, não quero fazer essa prova, não consigo fazê-la.”

Então, olhou para o lado em um gesto de desespero, buscando ver se alguém estava tão nervoso quanto ela, e viu que um colega estava com as mãos juntas, em posição de oração. “Ele parece estar aflito, mas está orando!” Nesse momento, ­lembrou-se do que sua mãe havia dito: “Vamos interceder por você. Deus vai ajudá-la a se lembrar do que estudou. Tudo ficará bem! Se ficar nervosa, lembre-se de que pode orar.”

A jovem respirou fundo, juntou as mãos e, enquanto ainda balançava a perna direita, orou em pensamento: “Senhor, não me sinto bem. Acho que não vou conseguir, mas não quero desistir sem tentar. Ajuda-me a ficar mais tranquila e a me lembrar do que estudei.”

Embora a ansiedade não tenha cessado, agora ela conseguia ler as perguntas da prova. Quando respondeu à segunda pergunta com sucesso, tomou coragem e se manteve firme, fazendo o melhor que podia. Naquele momento, o pai, a mãe e a irmã mais nova estavam ajoelhados na sala de casa, orando para que Deus acalmasse Joana e lhe desse êxito no vestibular.

MESMO QUE ESTEJAMOS ATRAVESSANDO O VALE DA SOMBRA E DA MORTE, FAÇAMOS COM QUE NOSSAS ORAÇÕES INTERCESSÓRIAS NOS LIGUEM DE MANEIRA ESPECIAL A DEUS

Estamos vivendo em uma época na qual os quadros de ansiedade estão cada vez mais comuns, afetando homens e mulheres de todas as idades e classes sociais. Essa condição muitas vezes se manifesta por meio de sintomas semelhantes aos que Joana experimentou, tais como falta de ar, tremores, tontura, dor no peito, visão turva, contrações musculares intensas, agitação e um medo intenso de que algo grave possa ocorrer.

Existem muitos recursos úteis para combater quadros de ansiedade, como exercício físico, alimentação saudável, técnicas de respiração, acompanhamento psicológico e, quando os sintomas são intensos, medicamentos que ajudem a controlar esse sentimento. No entanto, quero destacar neste texto um remédio especial: a oração intercessória. São muitas as histórias que ouvi e vivi sobre como uma ou várias orações fizeram a diferença na vida das pessoas que estavam passando por lutas e sofrimentos.

Não deixemos de orar! Mesmo que estejamos atravessando o vale da sombra e da morte, façamos com que nossas orações intercessórias nos liguem de maneira especial a Deus. Não se trata de uma oração que pretende ditar a ação divina, mas expressar nossa entrega e fé, independentemente do resultado que obtemos. O Senhor pode usar as adversidades e os desafios da vida para moldar nosso caráter. Portanto, não deixemos de orar, confiar e seguir em frente!

PABLO CANALIS é médico, pós-graduado em Psiquiatria e Medicina da Família e Comunidade

(Artigo publicado na seção “Em família” da Revista Adventista de outubro/2023)

Última atualização em 25 de outubro de 2023 por Márcio Tonetti.