Hábitos indispensáveis

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Evidências científicas apontam o estilo de vida como o principal fator de saúde
Se você cultivar bons hábitos de saúde e tiver confiança no poder divino, nove de cada dez enfermidades podem ser prevenidas ou revertidas. Créditos da imagem: Fotolia
Se você cultivar bons hábitos de saúde e tiver confiança no poder divino, nove de cada dez enfermidades podem ser prevenidas ou revertidas. Créditos da imagem: Fotolia

Muitos acreditam que a saúde ou a enfermidade é obra do acaso. Porém, isso é um engano. Talvez tal comportamento seja um mecanismo de defesa, na tentativa de evitar a todo custo mudanças no modo de viver, pelo temor de perder algum prazer predileto. Por outro lado, crer que saúde ou doença é uma questão de sorte pode ser efeito do próprio estilo errôneo de vida, que acaba solapando a percepção e a força de vontade necessárias para implementar reformas.

Qualquer que seja a origem dessa atitude, o fato é que as enfermidades crônico-metabólicas e neuropsiquiátricas estão cobrando pesado tributo de grande parcela da população, e as projeções estatísticas não são nada animadoras. Multidões estão jogando roleta-russa com sua saúde, pois o aparecimento das doenças não é uma questão de se elas vão se manifestar, mas sim de quando isso vai ocorrer.

Ao contrário do que se pensa, o organismo humano é muito resistente. Fantásticos mecanismos de adaptação o protegem e o ajudam a se recuperar da maioria dos ataques. Entretanto, caso sejam submetidos a abuso prolongado, tecidos, órgãos e mesmo sistemas inteiros podem falhar, com consequências graves.

Você já deve ter ouvido alguém dizer: “Fulano morreu de um infarto fulminante. Foi de repente.” Que engano! Ninguém morre de enfermidade prevenível de repente. As condições mórbidas vão se acumulando por longo tempo antes de culminar no evento adverso. Maus hábitos acumulados por décadas desencadeiam a batalha final entre a defesa orgânica e as agressões externas. O indivíduo já vinha adoecendo por longo tempo, enquanto o organismo, usando mecanismos adaptativos, mascarou a evolução crônica da doença e tornou os sintomas imperceptíveis. Todos deveriam saber: seis de cada dez enfermidades podem permanecer completamente assintomáticas (ou apresentar sinais pouco perceptíveis), até o momento da fatalidade.

Com frequência, as pessoas se julgam imunes a problemas de saúde. Pensam que o infortúnio só atinge a casa do vizinho. Quando a doença chega à sua porta, negam, surpresas, qualquer responsabilidade. Dizem não entender por que adoeceram. Felizmente, algumas delas começam a raciocinar da causa para o efeito e abraçam uma reforma. Em muitos casos, reverte-se o quadro ou limitam-se as possíveis complicações. Outros indivíduos, iludidos, recorrem somente a remédios, sem lidar com as verdadeiras causas dos problemas, apenas adiando os infalíveis resultados desfavoráveis.

Para o bem e para o mal, nosso estado de saúde é fruto direto das condições de vida que criamos (ou aceitamos) para nós mesmos. Nossos hábitos podem nos tornar fortes ou débeis, enfermos ou saudáveis. Nós escolhemos a prevenção, a reversão ou o aprofundamento dos males que nos alcançam. Os efeitos sucedem invariavelmente as causas; os “débitos” um dia precisam ser pagos. Há leis divinas e científicas que regem isso.
Fomos dotados pelo Criador com mecanismos de restauração que trabalham a cada minuto para manter nossa saúde e preservar nossa vida. Compete-nos criar as condições para que esses mecanismos realizem seu trabalho na sua capacidade máxima.

SILMAR CRISTO é médico, consultor e autor de vários livros sobre saúde e qualidade de vida

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Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.