Provisão, proteção, amor, disciplina e fé compõem o embrião da paternidade
Antes de um bebê nascer, é preciso que tenha “nascido” um pai. É claro que não somente no sentido biológico, mas sobretudo no aspecto educacional. Preparar a mente, o coração e a vida como um todo para a chegada de um filho faz brotar a semente da paternidade, que, se desenvolvida adequadamente, resultará em inúmeros benefícios educativos. O “nascimento” de um pai é a garantia de que a criança vai ter um exemplo a seguir e alguém em quem confiar. Mas, afinal, como nasce um pai?
Um pai nasce quando um homem percebe que é seu papel agir como protetor e provedor. A responsabilidade e disciplina no cumprimento dos deveres, o desejo pela dignidade que advém do trabalho e a vontade de aprimoramento pessoal e profissional são evidências de que o menino virou homem e que do homem pode nascer um pai. Tudo isso é gestado a partir de valores como respeito, honestidade, generosidade e ética. Quando um homem passa a pautar suas atitudes com esses valores essenciais, ele se torna apto para educar, acompanhando de perto o desenvolvimento do filho.
Um pai nasce quando um homem entende a importância de dedicar tempo substancial na tarefa educativa. Quanto mais o pai estiver presente, maior será a conexão entre ele e o filho. Um pai de verdade entende a educação como prioridade e jamais se excluirá dela, muito menos tentará compensar a ausência com afetos materialistas e esporádicos. Afinal, um pai de verdade sabe que a presença vale mais que os presentes. Ele entende que relacionamentos educativos precisam ser planejados, vivenciados e avaliados. E isso só é possível se a decisão radical de dedicar tempo de qualidade para a educação for tomada.
Na prática, isso se percebe no interesse paterno em cuidar de seu recém-nascido, brincar com sua criança, acompanhar o desenvolvimento escolar de seu juvenil e ajudar seu adolescente a lidar com os angustiantes conflitos e desafios da idade, por exemplo. Esses momentos marcantes ficarão guardados na memória do filho a vida toda e estreitarão os laços de amor, carinho, respeito, confiança e obediência para com o pai.
Um pai nasce quando um homem entende que amor e disciplina caminham juntos. Nesse sentido, o sábio Salomão ensinou:“Quem se nega a disciplinar e repreender seu filho não o ama; quem o ama de fato não hesita em corrigi-lo” (Provérbios 13:24). Com autoridade, mas sem autoritarismo, o pai precisa identificar os desvios de comportamento e corrigi-los para que os filhos sejam obedientes (Efésios 6:1) e desenvolvam um caráter nobre, que os habilitará para a vida terrena e celestial.
Um pai nasce quando o homem assume sua posição de sacerdote do lar. Tendo a Palavra de Deus como guia, ele conduz a família à felicidade, promovendo de modo intencional o desenvolvimento da fé em seus filhos. Um pai de verdade dedica tempo em oração, planeja os momentos espirituais da família, assume uma postura de completa submissão à revelação divina e estimula nos filhos, acima de todas as coisas, o desejo da vida eterna. Segundo Ellen White, a influência de um pai-sacerdote “no lar será determinada por seu conhecimento do único e verdadeiro Deus e de Jesus Cristo a quem enviou”(O Lar Adventista, p. 213). Em outras palavras: ninguém dá daquilo que não possui. Para conduzir os filhos ao Céu, o pai precisa estar indo para lá.
Um pai nasce quando as virtudes do nascimento espiritual se manifestam na vida de um homem. Como resultado, provisão, proteção, amor, respeito e fé estarão no DNA de alguém em quem tenha nascido a paternidade. Que neste fim de semana especial filhos e filhas comemorem o “nascimento” de pais com a “genética” do Pai.
ARIANE M. OLIVEIRA, editora de livros infantojuvenis da CPB, é autora de As Grandes Aventuras da Bíblia e do recém-lançado Guerra no Céu
Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.