Em parceria com a USP, empresa de cosméticos estuda a pele de adventistas

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Estudo revela que a pele de quem pratica a dieta vegetariana é mais saudável do que a dos que consomem carne

Fotolia_122221480_Subscription_XLA pele de quem pratica a dieta vegetariana é mais saudável do que a das pessoas que consomem carne. Essas é uma das conclusões preliminares de uma pesquisa inédita realizada por uma conhecida empresa de cosméticos com cerca de 1,2 mil adventistas do Estado de São Paulo.

A investigação é um desdobramento do chamado Estudo Advento (Análise da Dieta e Hábitos de Vida na Prevenção de Eventos Cardiovasculares em Adventistas do Sétimo Dia), financiado pela USP.

Conforme explicou Leonardo Rodrigues de Paula, gerente de pesquisa da Natura, na reportagem de capa da Revista Adventista deste mês, a ideia foi mapear os fatores que podem influenciar a saúde da pele, a exemplo de questões alimentares, comportamentais e ambientais.

Do total de participantes, 45% eram ovolactovegetarianos, 35% não vegetarianos e 17% vegetarianos estritos. Os pesquisadores levaram em conta questões como a elasticidade, oleosidade, hidratação e a camada protetora da pele. Além disso, com um equipamento especial, foram registradas fotografias do rosto dessa população, o que permitiu avaliar fatores como rugas e manchas.

“Surpreendentemente, os ovolactovegetarianos apresentaram pele menos manchada do que a dos não vegetarianos”, informa Leonardo, observando que a pesquisa não identificou os mecanismos fisiológicos que possibilitaram isso. Segundo ele, a pesquisa também revelou que os ovolactovegetarianos e vegetarianos estritos apresentaram menos rugas que os não vegetarianos.

Leonardo explica que também foram feitos testes relacionados à percepção da idade dos pacientes. Sem que soubessem da idade biológica dessas pessoas, dermatologistas fizeram uma análise da idade que cada participante aparentava ter. Os dados obtidos foram comparados com os de outro estudo feito pela Natura com pessoas que viviam em áreas rurais, mas não eram, em grande maioria, vegetarianas.

A partir do cruzamento das informações foi possível observar que apenas 9% das pessoas desse grupo apresentaram idade aparentemente menor do que a real. Já em relação aos participantes do Estudo Advento, o índice subiu para 40%.

Por outro lado, o estudo feito pela empresa de cosméticos também procurou identificar alguns vilões para a saúde da pele. “Descobrimos que estar com o peso acima do ideal favorece o aparecimento de manchas, rugas e reduz a elasticidade da pele”, revela Rodrigues de Paula.

De acordo com ele, muitas outras correlações poderão ser analisadas a partir dos dados coletados. Como afirma o pesquisador, a pele parece ser um indicador do estado de saúde da pessoa. Além disso, de acordo com Rodrigues de Paula, o Instituto do Coração está buscando relacionar a elasticidade arterial com a elasticidade da pele. “Se essa relação for comprovada, a população pode ter acesso a um prognóstico mais rápido e barato”, ressalta o gerente de pesquisa, que afirma ter tido contato pela primeira com os adventistas e considerou um privilégio estudar essa população. [Márcio Tonetti, equipe RA / Créditos da imagem: Fotolia]

Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.