Ícone do atletismo teve contato com a mensagem da igreja por meio de Jennifer Bolt
O fenômeno Usain Bolt impressionou mais uma vez nas pistas de atletismo ao conquistar no último domingo, 14 de agosto, o inédito tricampeonato olímpico nos 100 metros rasos. Nascido em Trelawny, uma pequena cidade da Jamaica, o “homem raio”, como é chamado, se tornou uma das figuras mais conhecidas e admiradas do mundo esportivo. Mas o que pouca gente sabe é que o maior velocista de todos os tempos é filho de adventista.
Em sua autobiografia intitulada Faster Than Lightning, ele relata que sua mãe, Jennifer Bolt, exerceu forte influência religiosa sobre sua família. “Ela era uma adventista do sétimo dia e gostava de ir à igreja todos os sábados porque acreditava que esse era o dia de guarda. Papai não estava tão interessado. Ele a acompanhava somente duas vezes por ano: no Natal e na véspera do Ano-Novo”, conta sobre sua infância.
No livro, Bolt menciona que foi incentivado pela mãe a frequentar templos adventistas, mas que ela nunca o forçou a aceitar suas crenças. Apesar de não assistir às reuniões religiosas com a mãe, o jamaicano ressalta que a devoção dela a Deus o impactou. Segundo ele, todas as manhãs ela dedicava cerca de vinte minutos para cantar e ler versos da Bíblia.
Levei essa rotina comigo e cada vez mais me voltei para a religião, principalmente porque percebi que tinha recebido um importante dom”, declara o atleta, que carrega símbolos religiosos ao pescoço e, no início das competições, costuma fazer o sinal da cruz.
A fé da mulher que gerou o campeão olímpico também já foi mencionada em reportagens e entrevistas concedidas pelo atleta. Em 2010, ele disse ao jornal britânico The Guardian que Jennifer, uma adventista do sétimo dia, é uma mulher gentil e perdoadora. Em matéria publicada no Jamaica Observer, Bolt também se referiu aos princípios adventistas de saúde cultivados pela mãe. Conforme ele relatou, na infância costumava frequentar a casa de uma tia para comer carne de porco, haja vista que esse tipo de alimento não fazia parte do cardápio em sua casa. “Mamãe não cozinhava carne suína porque ela era adventista”, lembra. Em entrevista ao Jamaica Gleaner, a própria mãe do atleta, que o acompanha na Olimpíada do Rio de Janeiro, se identificou como membro da igreja.
De acordo com o pastor britânico Richard Daily, que atua como capelão voluntário nos Jogos Olímpicos do Rio, Jennifer, que é membro regular da denominação, frequenta a comunidade adventista de Sherwood Content. Nesta terça-feira, 16 de agosto, ele teve contato com o velocista na Vila Olímpica.
O que muitos também desconhecem é que a Jamaica é um país com forte influência do adventismo. Segundo dados divulgados pela sede mundial da denominação em 2013, o país da América Central concentra mais de 270 mil fiéis, o que corresponde a quase 10% de seus 2,8 milhões de habitantes.
Alguns membros da igreja também ocupam cargos de influência na ilha caribenha. É o caso de Floyd Morris, que fez história ao se tornar a primeira pessoa com deficiência visual nomeada presidente do Senado Jamaicano (para saber mais, clique aqui).
Outra figura adventista importante é Patrick Linton Allen, governador-geral da Jamaica. Ele foi o primeiro pastor adventista a ocupar a Casa do Rei, nome dado à mansão em que vive o representante da rainha (clique aqui para ler uma entrevista concedida por ele à revista Conexão 2.0). [Márcio Tonetti, equipe RA]
Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.