No tom certo

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Encontro de músicos ressalta a importância de ter um louvor congregacional mais significativo

Foto: Lightstock

Cena 1: Noite de ensaio para o Ministério Vocal e Banda Semear, da Igreja Adventista do Centro Nipônico, em Belém (PA). Havia um nervosismo no ar, pois o grupo ministraria o louvor no sábado seguinte. Depois de ajustar microfones e instrumentos, 14 jovens profissionais de diversas áreas, incluindo médico, publicitário, enfermeiro, administradores, dentistas, professores e outros, se ajoelham para orar e implorar pelo poder do Espírito Santo. O ensaio se estendeu com leituras bíblicas e mais orações.

Cena 2: Igreja Adventista da Providência. O Ministério Semear acaba de chegar. Porém, antes de entrar para dirigir o louvor, os jovens dedicam-se uma vez mais à oração. No auditório está Kleber Salgado, que, após o sermão, revela: “Há anos estou distante de Deus. Mas eu quero retornar. Foi durante o louvor que Deus me tocou.” Meses depois, Kleber convida o Vocal e Banda para seu batismo. Ele pediu que cantassem “Cercou Meu Coração”. Hoje Kleber é líder de louvor na igreja e dirige o ministério de música com um propósito: transformar vidas.

Eu vi

Se para o ministério de música o verbo mais importante é salvar, o substantivo que o acompanha é a intencionalidade. Durante o culto acontecem os maiores espetáculos da fé cristã, que é a experiência da salvação, o espetáculo da graça. A moldura bíblica de culto, a partir do que experimentou o profeta Isaías (capítulo 6), traz reflexões.

Há um crescendo na trajetória da adoração: “Eu vi o Senhor” (v. 1). Depois, o senso de reverência (v. 2), a expressão de louvor (v. 3), aceitação divina (v. 4), a confissão (v. 5) e o perdão (v. 6, 7) preparam o adorador para “ouvir a voz do Senhor” (v. 8a). A adoração só se completa quando a congregação responde: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (v. 8b).

Por isso, nesse contexto, a liturgia não pode ser vista como uma “sequência” de partes, mas o preparo do adorador para que ele veja, sinta, reconheça, se expresse, ouça e responda ao Deus Criador.

Como disse recentemente Daniel Oscar Plenc, professor na Faama, no Pará, “na igreja, a música é serva da liturgia; e a liturgia, serva da teologia e da missão da igreja”.

Gestão

Na oficina “Ministério de Música”, durante o 21º Encontro de Músicos, realizado nos dias 13 a 17 de janeiro no Unasp, campus Engenheiro Coelho (SP), a gestão do louvor para uma intencionalidade foi muito debatida. O louvor deve ser organizado pensando nos adoradores, ávidos por um encontro com Deus. Tudo precisa ter um sentido: a recepção, o louvor, o sermão, as pessoas. Participaram da classe 19 jovens, sendo oito pastores, diretores de música dos estados da Bahia, Sergipe, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
O líder do louvor que ora terá mais sensibilidade para conduzir a igreja na experiência da adoração significativa. Assim, antes de propor um “roteiro” de hinos, ele “sente” as necessidades espirituais da congregação. Dessa forma, cada letra, cada melodia fará sentido para o viajor cansado, o enlutado que chora, o ferido que implora por unguento. Numa atmosfera de adoração em que o Espírito Santo conduz a gestão, cada culto sempre será um espetáculo da graça de Deus. Experimente! [Foto: Lightstock]

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Jael Eneas é diretor de desenvolvimento espiritual no Unasp, campus Hortolândia (SP)

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Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.