Com que autoridade?

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image002Ao aplicar filtros à revelação divina, muitos deixam de receber as bênçãos prometidas por Deus por meio da mensagem profética

Em algum momento alguém já questionou sua autoridade? Como você se sentiu? Sejamos honestos, não apreciamos ter nossa autoridade questionada, pois muitas vezes nos sentimos desprezados e até humilhados. Jesus teve Sua autoridade questionada em diversas ocasiões. A mais conhecida delas ocorreu por ocasião da segunda purificação do templo, já no final de Seu ministério. De acordo com Lucas 20:1 e 2, um grupo dos principais sacerdotes, escribas e anciãos lhe questionou: “Com que autoridade fazes essas coisas?”

Semelhantemente, podemos citar outros exemplos de profetas bíblicos que tiveram sua autoridade questionada, como Noé, Moisés, Elias, Isaías, Jeremias, Paulo, e tantos outros. O que podemos concluir é que geralmente a autoridade de um profeta é questionada por conta do teor de sua mensagem, que nem sempre agrada ao coração e ouvidos do povo de Deus.

Quando tomamos o exemplo do ofício profético de Ellen White, podemos compreender que ela sofreu muitos questionamentos quanto à validade e credibilidade de seus escritos. O tópico em pauta é: por que é importante destacar a questão da autoridade divina no dom profético?

Muitos hoje têm estabelecido alguns filtros para a revelação. Alguns têm afirmado: “essa parte da revelação é de Deus, mas essa não” ou “isso é inspirado, mas isso não é inspirado”. Tais filtros muitas vezes nos impedem de receber a plenitude das bênçãos que são prometidas por Deus por meio da mensagem profética. Vale destacar que, quando Deus envia um profeta, com a mensagem está: (1) a honra de Deus; (2) o caráter de Deus; (3) a expressão de Sua vontade e; (4) Sua suprema autoridade.

Quando nos reportamos ao ministério profético de Ellen White, nos deparamos com alguns questionamentos intrigantes. Alguns a consideram apenas uma boa conselheira espiritual – sua autoridade é respeitada apenas quando ela fala sobre aspectos como relacionamento familiar, vida devocional, etc. Mas quando o assunto envolve temas como doutrinas, teologia, ciência ou mesmo algum aspecto de estilo de vida, então sua autoridade é questionada.

Por outro lado, alguns chegam a duvidar do conteúdo de seus escritos afirmando: como ela escreveu sobre teologia se não foi uma teóloga? Como descreveu conceitos e princípios de saúde se não foi uma médica? Como proveu orientações tão precisas e valiosas sobre educação se não foi uma professora? Como deixou tantos conselhos sobre psicologia do comportamento humano sem ter tido um preparo nesta área? Como apresentou conselhos e diretrizes sobre o louvor, música e adoração sem jamais ter sido uma musicista? Em outras palavras, se a profetisa não possuía títulos, como então podemos dar crédito às suas palavras.

Vale destacar que ela mesma reconheceu seu ofício profético afirmando ser uma mensageira do Senhor, ou seja, apenas um instrumento para comunicar a vontade e o plano de salvação. Assim, ela não falou nada de si mesma, mas foi apenas uma ferramenta humana usada por Deus para revelar e comunicar Sua vontade a nós.

Ao vislumbrar o desfecho do tempo do fim, Deus mostrou a ela que seu ministério seria questionado e encontraria grande oposição. “O inimigo tentaria impedir que essa luz alcançasse o povo de Deus, em meio aos perigos dos últimos dias” (5T, 667). De fato, seu plano mestre seria enfraquecer a fé do povo de Deus nos escritos dela a ponto de anulá-los ou mesmo torná-los sem efeito.

Para muitos de nós, membros da igreja remanescente de Cristo, vale destacar que Deus não concedeu revelação posterior para desqualificar os ensinamentos das Escrituras ou mesmo torná-la uma segunda Bíblia. Pelo contrário, “se tivessem feito da Bíblia o objeto de seus estudos […] não necessitariam dos Testemunhos [escritos de Ellen White].” (5T, 664).

No entanto, é importante ressaltar que Deus concedeu o dom profético para Ellen White a fim de nos conduzir à Sua Palavra, mas “se você perder a confiança nos Testemunhos, cairá das verdades da Bíblia.” (5T, 674).

Ao discursar aos Seus discípulos, Jesus lhes disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos.” (João 8:31).

Renato Stencel é diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White no Unasp, campus Engenheiro Coelho

Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.