Construtores de igrejas

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Ministério de apoio que já ajudou a construir centenas de igrejas no Brasil mobiliza voluntários brasileiros em projeto na Índia

Márcio Tonetti

Construtores de igreja

Construir templos e escolas em comunidades de baixa renda é a missão da organização internacional Maranatha, criada há 45 anos por iniciativa de um grupo de amigos que, na época, decidiu atender à necessidade de uma comunidade adventista nas Bahamas. Presente no Brasil desde 2010, a ONG já viabilizou mais de seiscentas igrejas nas regiões Norte e Nordeste do país.

Além do trabalho que tem feito por aqui, a filial brasileira da Maranatha Volunteers International também tem mobilizado voluntários para projetos no exterior. No mês de janeiro, por exemplo, um grupo de 13 brasileiros viajou para a Índia a fim de participar da construção de uma igreja na cidade de Mawlali, a aproximadamente 2 mil km da capital, Nova Déli.

Elmer barbosaApós retornar da viagem, Elmer Barbosa, presidente da organização no Brasil, conversou com a Revista Adventista sobre o projeto que teve duração de dez dias, bem como a respeito da realidade da igreja nessa parte do país. Nesta entrevista, ele também conta como, nos últimos anos, a ONG desenvolveu soluções para a construção de igrejas com menor custo e em tempo recorde. Ele explica de onde vem os recursos para isso.

Por que a Índia foi o país escolhido para esse projeto e qual é a realidade da igreja lá?

Há mais de 15 anos, a Maranatha Volunteers International trabalha na Índia apoiando a Igreja Adventista. A igreja tem crescido muito em diferentes regiões desse país e estamos felizes por fazer parte dessa história. No mês de janeiro, tivemos a oportunidade de trabalhar na região da União Nordeste da Índia, cuja sede está situada na cidade de Shillong (localizada a aproximadamente dois mil km da capital, Nova Déli), onde ficamos hospedados. Durante os dez dias em que permanecemos na região, também tivemos a oportunidade de participar de uma campal que reuniu 4 mil pessoas e de realizar atividades com as crianças da comunidade. A igreja indiana é vibrante e tem trabalhado muito. Porém, os desafios ainda são enormes. Embora seja um país com um número significativo de adventistas, a presença da igreja em alguns lugares ainda é pequena. Para se ter uma ideia, a União Nordeste da Índia tem apenas 5 mil membros.

E qual é a situação dos templos em que essas pessoas congregam?

No caso do distrito de Mawlali, existia apenas uma igreja com mais de 200 membros. Assim, não havia mais espaço para novos fiéis. Por isso, um dos integrantes dessa comunidade adventista decidiu abrir um pequeno grupo em sua aldeia. Hoje, a nova congregação conta com 17 adultos e 15 crianças. Foi para este grupo que construímos a nova igreja. Creio ser importante observar que procuramos envolvê-los na construção para que se sentissem parte do projeto. Isso é fundamental.

É elevado o custo para erguer uma igreja nessa região?

As igrejas que a Maranatha tem construído na Índia custam, em média, 15 mil dólares e têm capacidade para até cem pessoas. Fornecemos e montamos a estrutura metálica, levantamos as paredes, colocamos o piso, as portas e janelas, bem como o telhado com isolamento térmico e acústico. Além disso, também nos preocupamos em dar um acabamento básico, como pintura.

Que estratégia a Maranatha adotou para conseguir atender à crescente demanda de igrejas e escolas em regiões carentes ao redor do mundo?

O adventismo tem crescido muito ao redor de todo o mundo. Porém, muitas vezes o crescimento do número de membros é muito mais rápido do que a capacidade da igreja de construir a infraestrutura necessária. Por isso, ao longo das últimas quatro décadas, a Maranatha tem respondido a pedidos urgentes de igrejas, escolas, hospitais e etc., auxiliando com a construção completa, às vezes com parte da estrutura ou, em alguns casos, apenas com a reforma.

Há 5 anos, diante das crises econômicas que afetaram alguns países, surgiu a necessidade de encontrarmos uma solução que permitisse construções rápidas e com menor custo, mas sem perder a qualidade. Foi assim que surgiu o modelo de “igreja de um dia”. Trata-se de uma estrutura metálica com telhado, que tem sido o carro-chefe da Maranatha desde de então (para saber mais a respeito desse modelo de construção de igreja, clique aqui). Como o próprio nome já diz, esse tipo de templo leva menos de um dia para ficar pronto. No entanto, cabe notar que, no caso da igreja que construímos na Índia, o modelo arquitetônico foi mais completo.

De onde vêm os recursos e a mão-de-obra para esses projetos?

A Maranatha depende da doação de pessoas generosas que decidem se envolver com a missão. A maioria delas é gente simples, e não grandes empresários, como alguns podem imaginar. Quanto à mão-de-obra, a Maranatha possui funcionários em vários países, mas também conta com o apoio de voluntários, a exemplo do grupo que se dispôs a viajar para a Índia, a fim de que o trabalho avance.

No contexto brasileiro, há quanto tempo esse ministério de apoio atua?

A organização chegou no Brasil em 2010 e, desde então, já construiu mais de seiscentas “igrejas de um dia” nas regiões Norte e Nordeste e uma escola com dez salas de aula no Pará. Neste ano, o plano é construirmos mais duzentas igrejas em dez estados.

Para quem desejar ser voluntário ou fazer doações, qual é o caminho?

Por meio de nosso site, é possível fazer doações ou se inscrever para ser um voluntário. Os interessados em ajudar ou tirar suas dúvidas também podem fazer contato por e-mail (brasil@maranatha.org). Aproveito para convidar os leitores da Revista Adventista a interagir com a Maranatha por meio das redes sociais: facebook.com/Maranathabrasil, ou no Instagram ou Twitter (@maranatha). Quero ainda convidá-los a assistir pela TV Novo Tempo o programa Maranatha Histórias de Missão, que vai ao ar toda sexta-feira, às 17h30, com reprises aos domingos, às 12h30, e às segundas, às 2h da manhã. Essas histórias têm transformado a maneira pela qual as pessoas enxergam o campo missionário.

VEJA OUTRAS FOTOS DO PROJETO NA ÍNDIA

Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.