Voz na ONU

2 minutos de leitura
Simpósio realizado na sede das Nações Unidas reúne representantes de organizações civis e religiosas com o objetivo de discutir caminhos para promover a paz e os direitos humanos

A paz exige ausência de violência, mas também requer todos os meios necessários para apoiar a dignidade humana, o que inclui assistência física, moral e espiritual. Essa foi a tônica do discurso proferido por Ganoune Diop, diretor mundial do departamento de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Igreja Adventista, na terceira edição do simpósio realizado anualmente pelas Nações Unidas com o objetivo de discutir o papel da fé e das organizações civis e religiosas em assuntos internacionais. Realizado no dia 23 de janeiro na sede da ONU em Nova York (EUA), o evento reuniu 130 representantes de agências das Nações Unidas, bem como líderes de várias denominações e ONGs.

De acordo com estatísticas apresentadas durante o simpósio, os conflitos mundiais têm aumentado significativamente nos últimos anos. Estima-se que, em 2008, eles tenham resultado em 56 mil mortes, chegando a 180 mil, em 2015. Trata-se do maior número anual de vítimas registrado desde o genocídio de Ruanda, em 1994.

Por isso, “a necessidade de pacificadores está crescendo de maneira mais urgente”, conforme enfatizou o Dr. Jeffrey Haynes, diretor do Centro de Estudos de Religião, Conflito e Cooperação da Universidade Metropolitana de Londres.

Em um painel que envolveu professores de várias universidades ao redor do mundo, especialistas em direito e relações internacionais, além de sobreviventes de guerras civis, foi lembrado que o processo de pacificação requer mais do que discussões acadêmicas e diplomacia de alto nível.

Para tanto, conforme foi pontuado, há uma imensa contribuição a ser dada pelas organizações religiosas no que diz respeito à mediação de conflitos e na construção de sociedades fortes e estáveis que sustentem a paz.

Ecoando essa ênfase, Pekanbaru Metso, embaixador da Finlândia para o diálogo intercultural e inter-religioso, argumentou que os governos não devem subestimar “o papel e a significativa influência da religião na sociedade, mesmo nesta era chamada secular”.

Em seu discurso, Adama Dieng, assessor especial do secretário-geral da ONU para a prevenção do genocídio, pediu que os representantes de organizações civis apoiem os governos na obra de nutrir e proteger os direitos humanos e construir sociedades pacíficas e inclusivas. Ao enfatizar a ampla influência das organizações religiosas na sociedade, ele as incentivou a tomar a liderança na promoção da paz.

Reconhecendo o valor da voz adventista no evento promovido anualmente na sede da ONU e o trabalho que a igreja pode desempenhar em relação aos temas internacionais que foram discutidos, Ganoune Diop frisou que “a igreja tem contribuições práticas e teológicas significativas para dar à discussão pública sobre o processo de paz e à promoção da dignidade humana”. “Como uma organização global, dispomos de um portfólio de serviços que inclui educação, espiritualidade, saúde e ajuda humanitária, por meios do quais contribuímos para a promoção de comunidades saudáveis”, acrescentou.

O departamento de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Igreja Adventista foi co-organizador do evento, juntamente como o Escritório das Nações Unidas para a Prevenção do Suicídio e da Agência Internacional para o Engajamento de Organizações Baseadas na Fé. [Equipe RA, da Redação / Com informações e foto de Bettina Krause / IRLA]

Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.