Fé mais profunda

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Entenda por que, nas crises, nossa atitude determinará se seremos derrotados ou vencedores
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O famoso milionário, filantropo e escritor norte-americano Andrew Carnegie decidiu analisar a história de pessoas que foram bem-sucedidas, apesar das dificuldades que enfrentaram. Ele acabou chegando a duas conclusões: “Primeira, cada um sofre inevitavelmente derrotas temporárias, de formas diferentes, nas ocasiões mais diversas. Segunda, cada adversidade traz consigo a semente de um benefício equivalente.” E completou: “Não encontrei nenhuma pessoa bem-sucedida que não tivesse antes sofrido derrotas temporárias. Toda vez que alguém supera os reveses torna-se mental e espiritualmente mais forte.”

Não podemos ignorar a realidade de que, em algum momento, todos iremos encarar o sofrimento. Mas nossa atitude vai indicar se seremos derrotados ou vencedores. Como iremos enfrentá-lo? Onde poderemos nos apoiar? Aprenderemos a enxergar as dificuldades como “obreiras de Deus” (Ellen White, O Maior Discurso de Cristo, p. 10)?

Não podemos enfrentar as crises como a maioria, que vê apenas o lado negativo e lamenta diante das dificuldades. Somos chamados a encará-las como oportunidades para aprofundar a fé, entendendo que “uma fé que não é testada não é confiável” (Adrian Rogers) e reconhecendo que “as mais probantes experiências na vida do cristão talvez sejam as mais abençoadas” (Ellen White, Nossa Alta Vocação, p. 322).

Crises, problemas e dificuldades se resolvem com fé e não com desespero. Por isso, o apóstolo Paulo, em meio às mais duras provas, afirmava: “quando sou fraco, então é que sou forte” (2Co 12:10). Esta fé mais profunda e que vence as provas mais difíceis precisa amadurecer ao passar por três níveis.

O primeiro é o da fé com evidências, em que você confia porque a situação o incentiva a confiar. Pode haver muitas razões para isso: exemplos positivos de pessoas que venceram, demonstrações do amor de Deus em sua vida ou quem sabe a falta de alternativas a não ser entregar tudo nas mãos de Deus. Não importa o tamanho de sua necessidade ou a simplicidade de sua fé, o mais relevante é aprender a depender do Senhor.

O segundo nível é o da fé sem evidências, uma etapa mais difícil e desafiadora, em que você aprende a confiar quando ninguém enfrentou o mesmo problema antes, não há exemplos positivos ao redor, as orações não têm a resposta esperada ou você recebe muitos conselhos para desistir. Onde se apoiar nessa hora? Que segurança você tem de que poderá continuar confiando na proteção, livramento ou milagre de Deus? Nesse momento começam a surgir os gigantes espirituais, que caminham no escuro com uma fé que crê sem provas e confia sem reservas.

O terceiro nível é o da fé contra as evidências, que é o mais complexo. Tudo indica que você não deve confiar, mas é desafiado a depender somente do Senhor. Quando você vê que outros tiveram a mesma enfermidade e não resistiram, enfrentaram a mesma prova e perderam a batalha, tentaram e não conseguiram, onde encontra forças para seguir em frente?

Habacuque, um profeta menor pela quantidade de seus escritos, mas maior pelo tamanho de sua fé, deu o exemplo de uma confiança sem reservas quando disse: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação” (Hc 3:17-18).

Para essa fé mais profunda está destinada a promessa mais poderosa: “Os que mais sofrem, mais simpatia e piedade Dele recebem. Comove-Se com o sentimento de nossas enfermidades e deseja que Lhe lancemos aos pés as perplexidades e aflições, deixando-as ali” (Ellen White, A Ciência do Bom Viver, p. 249).

Lembre-se sempre de que “Deus aumenta sua fé ­provando-a”, conforme disse o pastor Itaniel Silva. Tenha fé apesar das adversidades!

ERTON KÖHLER é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

(Artigo publicado originalmente na edição de agosto de 2017)

Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.