O pastor que fechou uma igreja

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Os ensinos bíblicos que ele descobriu nos livros missionários adventistas o fizeram trocar de denominação
Daniel Gonçalves
Marcelo Barbosa e sua família foram batizados no fim de agosto. Eles são membros da Igreja da Barra do Aririú, em Palhoça (SC). Foto: Daniel Gonçalves

Natural de Belém, Marcelo Barbosa trocou as terras quentes do Pará pelo frio de Santa Catarina em 2014. A razão da mudança para Joaçaba, no meio-oeste do estado, foi a procura por novas oportunidades profissionais. Junto com a mudança, ele levou a vontade de conhecer melhor os ensinos de Jesus. Marcelo já tinha raízes numa igreja evangélica, mas desejava compreender melhor as Escrituras.

Hoje, com 36 anos, ele é casado com Marta e tem quatro filhas. Por ter frequentado 14 anos uma igreja pentecostal, na qual exerceu funções de liderança e contou com o apoio de familiares próximos, ele não cogitava mudar de denominação. Porém, foi o que ocorreu em Santa Catarina.

Tudo começou no fim de 2014. “Eu havia me estabelecido profissionalmente e minha esposa trabalhava com artesanato. Certo dia, fomos vender esse artesanato na praça principal da cidade e lá fiquei lendo um livro sobre os Dez Mandamentos”, lembra. Naquele sábado, voluntários adventistas realizavam uma feira de saúde comunitária no local.

“Vi o Marcelo lendo aquele material e me apresentei como pastor da Igreja Adventista. Então conversamos sobre a Bíblia. Ávido por conhecimento, ele ouviu tudo com atenção e logo marcamos para estudar a Bíblia em sua casa”, relata o pastor Eustáquio Andrade. Marcelo foi surpreendido por doutrinas bíblicas que não conhecia e, por isso, conferia tudo nas Escrituras. Ele desejou compartilhar aquilo na sua igreja evangélica, mas foi duramente criticado pelos membros. Resultado: acabou desistindo dos estudos com o pastor adventista.

Algum tempo depois, Marcelo ficou desempregado e precisou se mudar para Palhoça, na região metropolitana de Florianópolis, onde conseguiu um emprego de imediato. Posteriormente, pelo fato de já ser um diácono, ter exercido funções administrativas e recebido preparo teológico formal, ele foi consagrado pastor e convidado a liderar uma igreja. Sua congregação ficava no bairro Barra do Aririú, exatamente na mesma rua de uma igreja adventista.

No último dia 26 de maio, quando os adventistas sul-americanos distribuíram milhões de exemplares do livro O Poder da Esperança, Marcelo recebeu um exemplar e se lembrou do pastor Eustáquio. “Era Deus me chamando de novo”, afirma. Marcelo leu partes do livro e na mesma semana foi visitado por Isaak João Rosa, voluntário adventista que havia deixado um exemplar do livro embaixo da porta da igreja que Marcelo pastoreava.

Depois de participar de duas séries de evangelismo público e uma de estudos bíblicos em casa, Marcelo teve a certeza de que se tornaria adventista. Foi então que, certo domingo à noite, foi ao púlpito de sua igreja e disse que fecharia o templo, pois havia abraçado uma nova compreensão da fé cristã. Ele convidou para que sua congregação o acompanhasse, mas ninguém o seguiu.

Marcelo e sua família foram batizados em 25 de agosto pelo pastor Alex Escher. Como membro da Igreja da Barra do Aririú, ele continua estudando a Bíblia a fim de se preparar para ministrar estudos bíblicos aos seus antigos liderados.

DANIEL GONÇALVES é assessor de comunicação da Igreja Adventista para a região centro-sul de Santa Catarina

(Texto publicado na edição de novembro de 2018 da Revista Adventista)

Última atualização em 3 de dezembro de 2018 por Márcio Tonetti.