Recortes de tempo

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Para aproveitar 2020, organize a vida em sete pedaços
Marcos De Benedicto
Crédito da imagem: Adobe Stock

Em um ano, muitas coisas podem acontecer. Mudanças, reviravoltas, catástrofes. Mas também pode não acontecer nada. Indecisões, rotina, mesmice. Para você, como foi 2019 e o que espera de 2020? Ao começar o ano, sugiro que você pense em alguns aspectos relacionados ao tempo, tema de capa desta edição.

  • Tenha consciência do fluxo do tempo. O tempo é algo concreto, um rio de acontecimentos em que estamos mergulhados, e não um conceito abstrato. Você não assiste ao fluir do tempo a partir da margem. Na condição de seres localizados no espaço e inseridos no tempo, somos dependentes dessas dimensões. Tempo é a moldura da existência. É vida e/ou morte.
  • Observe os diferentes tipos de tempo. As fronteiras entre o tempo sagrado e o tempo secular estão cada vez mais indefinidas. Até por isso, as pessoas se mostram esgotadas. E veem o trabalho, a igreja e a vida com o olhar cínico, cansado e distante. É a chamada síndrome de burnout (“queima total”), que atinge quase 20 milhões de brasileiros.
  • Faça as coisas no tempo certo. Procrastinar, a “arte” de deixar para depois o que deveria ser feito agora, é uma tentação para muita gente. Porém, essa autossabotagem tem consequências negativas. Agir na hora certa é a prevenção contra tarefas inconclusas ou malfeitas. Acima de tudo, é essencial alinhar a vida com o ritmo do tempo.
  • Gerencie o tempo com inteligência. Independentemente de fusos horários, todos têm os mesmos 1.440 minutos por dia, mas nem todos sabem usá-los. Precisamos aprender a remir o tempo, usando melhor cada hora disponível. Tempo não é dinheiro, é vida. O tempo voa, e o que fazemos com ele hoje tem implicações eternas. Por isso, mesmo numa sociedade acelerada, aproveite o tempo para contemplar o belo, adquirir sabedoria e fazer o bem. Priorize o que é real e importante.
  • Fracione o tempo. Lide com projetos menores. A ideia de criar unidades de tempo é tão boa que ela já vem desde épocas imemoriais. Mais do que facilitar a contagem do tempo, ela possibilita a organização da vida. Por isso, o próprio Deus criou “relógios” para marcar dias e noites, meses e anos, ciclos e estações.
  • Sonhe com um novo tempo. Peça que o Senhor compense o tempo ruim com tempo bom. “Para ganhar um ano novo que mereça este nome”, segundo o poeta Carlos Drummond de Andrade, em “Receita de Ano Novo”, você “tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo”, pois é dentro da gente “que o ano novo cochila e espera desde sempre”. Porém, no fundo, é Deus quem possibilita
    um novo ano dentro de nós.
  • Veja o tempo pelo olhar divino. Deus vê o tempo pela perspectiva da eternidade. Vivendo no hoje, precisamos trabalhar, descansar e amar como se houvesse amanhã, pois realmente há. Perceba a ação divina no tempo. Não podemos controlar o tempo, mas é possível ganhá-lo. Deus, o Senhor do tempo, é o único que pode nos “emprestar” tempo. Na verdade, Ele nos oferece a vida eterna, que é tempo sem fim e com qualidade sem medida. Viva à luz da eternidade.

O tempo diário é medido empiricamente por três momentos: nascer do sol, meio-dia e pôr do sol. Na história do mundo, com base nos giros do relógio divino, podemos dizer que estamos chegando à terceira fase. Porém, em relação à sua vida, em que momento você se encontra: aurora, zênite ou crepúsculo? Você está preparado para o fim e o novo começo? Feliz 2020!

MARCOS DE BENEDICTO é editor da Revista Adventista

(Editorial da edição de janeiro)