Líder da Adra sul-americana fala sobre as ações sociais da igreja em 2023
Eduardo Teixeira
Ao longo de 2023, mais de 3 milhões de pessoas foram diretamente beneficiadas pelas ações sociais da Igreja Adventista em oito países da América do Sul. Essas iniciativas foram promovidas em diversas frentes de atuação humanitária, com destaque para o trabalho da Adra, da Ação Solidária Adventista (ASA), de hospitais, clínicas e escolas, e de outros departamentos da denominação que desenvolvem projetos importantes (veja mais aqui). Nesta entrevista, o pastor Paulo Lopes, diretor da Adra Sul-Americana, faz um balanço dessas ações.
Em 2023, a Adra promoveu cerca de 350 projetos em oito países da América do Sul, alcançando mais de 1 milhão de pessoas. Como a agência humanitária consegue uma cobertura tão ampla?
Há uma combinação de fatores. Reconhecemos a bênção de Deus por nos conceder os recursos para auxiliar as pessoas em situação de vulnerabilidade. A qualidade dos serviços prestados pela Adra é um fator distintivo, gerando confiança nos doadores; tanto que, no último ano, quase 70 milhões de dólares foram angariados. Além disso, contamos com mais de 4 mil funcionários e quase 7 mil voluntários.
A agência humanitária da igreja está envolvida em projetos contínuos de desenvolvimento e oferece assistência em emergências. Quais são as diferenças entre essas duas abordagens?
As respostas a emergências ou crises humanitárias têm como objetivo salvar vidas e ocorrem em períodos mais curtos. São ações pontuais que levam em consideração a segurança e as necessidades básicas das pessoas. Por outro lado, a área de desenvolvimento engloba projetos de longo prazo que visam melhorar a vida dos beneficiados; são iniciativas que demandam mais tempo, porém têm um impacto mais duradouro. Um exemplo disso é o projeto de microfinanciamento para mulheres que está em funcionamento no Peru há mais de 20 anos.
A Adra participa de projetos colaborativos, unindo esforços com outras instituições, sejam elas privadas ou governamentais?
Existem parcerias com outras entidades, tanto do setor privado quanto do governamental. Os governos muitas vezes fornecem uma parcela significativa dos recursos, e diversas empresas também contribuem com doações. As colaborações não se limitam aos recursos financeiros, pois também há cooperação na
execução de projetos que compartilham os mesmos objetivos.
Além da Adra, a igreja também tem outras frentes de atuação na comunidade?
Contamos principalmente com o auxílio dos envolvidos na Ação Solidária Adventista (ASA), que realiza atividades nas proximidades das congregações locais. Frequentemente, esses voluntários respondem a situações de emergência. Os jovens e os Desbravadores também desempenham papel significativo como voluntários da Adra. Outro ponto forte é o apoio mútuo estabelecido com instituições médicas e educacionais ligadas à Igreja Adventista.
Em 2024, a Adra desenvolverá algum projeto novo?
A cada ano, surgem novos projetos. No momento, estamos em processo de
implementação, em colaboração com outros parceiros, de uma ação destinada a migrantes e refugiados em seis países da América do Sul. Ela alcançará um grande fluxo de venezuelanos, assim como pessoas que estão tentando chegar aos Estados Unidos. Outra iniciativa para auxiliar migrantes e refugiados conta com o apoio da União Europeia aos escritórios da Adra da República Tcheca, do Peru e Equador.
(Entrevista publicada na Revista Adventista de abril/2024)
Última atualização em 5 de abril de 2024 por Márcio Tonetti.