Castelo dos Desbravadores

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Coordenador de museu único no mundo fala sobre o sonho que se tornou realidade

Foto: arquivo pessoal

Nos sonhos de criança, quem não lutou de espada ou brincou de rei ou rainha num imaginário castelo medieval? Essa parte da infância, perpetuada em livros, filmes e histórias bíblicas, nunca se apagou da memória nostálgica do casal Fernando e Fátima Guimarães, de 70 e 67 anos, respectivamente. Ele tornou-se desbravador em 1958; ela, em 1975. Ambos se apaixonaram pelo Clube de Desbravadores e uniram as duas paixões a um sonho que conquistou também o coração do filho, Alexandre, de 41 anos: a construção de um Castelo dos Desbravadores. O sonho virou realidade em dezembro de 2021, com a inauguração de um edifício de três andares na região leste da capital paulista. Único no mundo, o projeto inclui um acervo com cerca de 4 mil peças, entre manuais, certificados, fotos, trunfos, uniformes e materiais desde a década de 1940. O coordenador desse espaço é o professor universitário ­Alexandre ­Guimarães, desbravador desde 1985 e líder do Clube ­Leopardos Azuis há 22 anos.

Quanto tempo durou a construção do prédio?

 Cerca de dois anos. Desenhamos a planta e contatamos quatro engenheiros, mas todos ­recusaram o trabalho sob alegação de não terem estudado engenharia medieval. Após muita oração, confiamos toda a obra ao maior Engenheiro do Universo: Deus. As obras começaram no início de 2020, mas atrasaram por causa da pandemia. Embora inaugurado em dezembro do ano passado, o Salão Medieval já estava pronto em dezembro de 2020. Inclusive, meu casamento foi realizado lá. Foi uma festa linda!

Fale um pouco sobre o espaço e o acervo.

 Temos três andares de história e curiosidades. O primeiro andar é o Salão Medieval, com tronos, armaduras, escudos, espadas e machados. No segundo andar funciona o Bazar dos Desbravadores, a primeira fábrica oficializada pela Divisão Sul-Americana. Já no terceiro pavimento está o museu, todo decorado com escudos medievais de diversos países e épocas. As peças vêm de doações, acervos e coleções pessoais de amigos, conhecidos e até mesmo de empresas.

Qual é o propósito do castelo?

 Trazer pessoas para Jesus. Inclusive, já registramos o primeiro batismo. O artista que fez toda a parte de fibra de vidro do prédio trabalhava há 45 anos com carros alegóricos para os carnavais do Rio de Janeiro. Por meio do castelo ele conheceu as verdades bíblicas e, depois do término da obra, foi batizado. Hoje ele leva a mensagem para sua família em Minas Gerais, onde mora.

Quantas pessoas o espaço recebe mensalmente?

 Cerca de 300 pessoas em visitas monitoradas aos domingos e cerca de 800 pessoas em visitas livres no decorrer da semana, em horário comercial. Temos recebido visitantes da América do Sul, América do Norte, África e Europa. A visita monitorada ao espaço é gratuita e ocorre aos domingos. É necessário fazer agendamento pelo Instagram (@bazar_DBV).

Como o prédio é mantido?

 A iniciativa é mantida pelo Bazar dos Desbravadores e pelo próprio museu por meio de aquisições, trocas e doações de materiais para exposição.

Que importância você vê no Clube de Desbravadores para a igreja e a sociedade?

 O clube dá base à igreja, pois representa seu futuro. Na sociedade, os desbravadores se destacam em diversos setores. Se a sociedade conhecesse mais de perto esse ministério, daria mais apoio e teríamos menos jovens delinquentes nas ruas. É pelo Clube de Desbravadores que muitos serão coroados pelo Rei do Universo.

(Entrevista publicada na Revista Adventista de setembro de 2022)

Última atualização em 16 de setembro de 2022 por Márcio Tonetti.