Centro de acolhimento

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Projeto da ADRA atende famílias que vão a Barretos (SP) em busca de apoio na luta contra o câncer

Suellen Timm

Nova ala irá ampliar ainda mais a capacidade do projeto, que já atende cerca de 200 famílias por mês. Foto: Nucom APO

Há três anos, Rubens Michel Heintze viajou do Mato Grosso para Barretos, interior de São Paulo, para acompanhar a esposa em alguns exames no Hospital do Amor, conhecido centro de tratamento contra o câncer fundado em 1967. Porém, o tratamento prologado fez com que o casal precisasse deixar a família e o trabalho, sem saber quando poderiam voltar para casa.

Assim como Rubens e a esposa, anualmente centenas de famílias de outras cidades, estados e até países mudam temporariamente para Barretos em busca de tratamento contra o câncer. Por isso, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) mantém uma unidade de atendimento para essas famílias que estão longe de casa.

Além da doação de roupas, alimentos e calçados, a proposta do Centro Adventista de Apoio à Família (CAAF) é oferecer diferentes formas de acolhimento. O Espaço Dia, por exemplo, é um ambiente que atende pessoas de municípíos vizinhos. Depois de receber o tratamento no hospital, esses pacientes e seus acompanhantes têm onde ficar enquanto aguardam a chegada do transporte público (geralmente ambulâncias) que os leva de volta para casa no fim do dia. Nesse ambiente são disponibilizados serviços como acompanhamento social, psicológico e espiritual, salas de TV, biblioteca, espaço cultural e laboratório de informática.

A unidade também conta com salas em que são oferecidos mais de 40 cursos e oficinas que atendem desde crianças até adultos com aulas de educação física, artesanato, culinária, estética, informática, línguas, música e atividades recreativas. Segundo Estela Reis, coordenadora de projetos da ADRA na região oeste do território paulista, os cursos têm o objetivo de ajudar as pessoas que mudam temporariamente para a cidade a se distraírem da rotina hospitalar e aproveitar o tempo para aprender algo novo, além da possibilidade de transformar esse aprendizado em uma fonte de renda.

Rubens é um dos que frequentam as atividades oferecidas pela unidade. Para ele, o CAAF tem contribuído até mesmo para a sua saúde emocional, por ter a oportunidade de conversar com as pessoas e conhecê-las. Semelhantemente, Elielma Silva, que também mudou com a família para a região em busca de tratamento, conta que se sentia muito sozinha em um ambiente hospitalar de muita tristeza e que, no CAAF, teve a oportunidade de pensar em outras coisas.

Com a pandemia, a unidade teve que adaptar seus serviços. Michelle Tiba, professora voluntária há cerca de cinco anos, conta que, ao encontrar alguns alunos durante o período de isolamento social, eles falavam de como sentiam falta do convívio que o CAAF proporcionava. Por isso, recentemente a unidade passou a oferecer aulas remotas.

A ADRA agora trabalha para concluir o último espaço que será dedicado a oferecer hospedagem para pacientes e acompanhantes. Rubens acredita que esse novo ambiente será extremamente útil, já que, além de se preocupar com a doença, as pessoas precisam se preocupar também em encontrar um local para ficar.

Assim, o CAAF tem buscado arrecadar doações para concluir o projeto da nova ala. A estrutura terá 51 quartos, além de um complexo com auditório, biblioteca, brinquedoteca, cozinha, lavanderia, refeitório e sala de informática. No site oficial da unidade é possível conhecer mais sobre o projeto e saber como apoiar a iniciativa: http://caaf.org.br.

SUELLEN TIMM é jornalista e trabalha como assessora de comunicação
da Igreja Adventista na região oeste do Estado de São Paulo

(Notícia publicada na edição de agosto de 2021 da Revista Adventista)