Certeza da salvação

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O alto preço pago por cristo pelo nosso resgate é o que nos dá a certeza de que seremos salvos

artigo-Certeza-da-Salvação-edição-Semana-de-Oração-2015A equipe de resgate do condado de Los Angeles, na Califórnia (EUA), estava tendo dificuldade para tentar içar um homem ferido em uma encosta íngreme. A operação, em si, já era perigosa. No entanto, o homem ferido estava dificultando ainda mais a situação. Enquanto o helicóptero de resgate pairava sobre o local, pronto para retirar o ferido, o homem ficou histérico e começou a se debater. Com medo de que teria que pagar pelo resgate, ele precisou ser convencido pelos profissionais de que o atendimento seria totalmente gratuito.

Como você se sente com relação ao seu resgate? Está pronto para ser resgatado por Jesus? Embora todos nós afirmemos crer que Jesus nos salva, a maioria de nós provavelmente hesitaria diante da pergunta: Você estaria preparado para recebê-Lo hoje?

O padrão para o céu é alto. Quando examinamos nossa vida com sinceridade, concluímos que todos nós somos pecadores (Rm 3:9) e, por isso, não estamos qualificados para o céu. Algo precisa ser feito.

A maioria das principais religiões mundiais tem em comum a crença de que a salvação deve ser obtida. Essa concepção afeta até mesmo alguns cristãos que acreditam que, no fundo, o que me salva é Cristo mais as coisas que faço.

Talvez sejamos como aquele homem ferido, com medo do resgate, pois sabemos que não podemos pagar por ele. No entanto, há uma boa notícia. Apesar de sermos todos pecadores, incapazes de pagar a pena, Jesus morreu por nossos pecados para que não tenhamos que morrer por eles (2Co 5:21). Ele tomou nosso lugar na cruz para que pudéssemos sair livres. Esse resgate foi quitado plenamente no Calvário. Quando aceitamos a Jesus como nosso Salvador pessoal, podemos ter plena certeza de que, se Ele viesse neste exato momento, estaríamos prontos para encontrá-Lo.

Deus quer nos dar a certeza da salvação (Rm 8:31, 32). No entanto, teremos essa convicção apenas quando pararmos de olhar para nossos próprios esforços e nos concentrarmos no que Jesus fez por nós.

No entanto, para alguns cristãos, simplesmente aceitar a certeza da salvação em Deus parece ser fácil demais. Eles temem que, ao assimilar essa ideia, as pessoas continuem vivendo no pecado, reivindicando o perdão, mas sem fazer mudança alguma em suas vidas. Porém, vale lembrar que, embora a salvação seja gratuita, o dom da vida eterna custou o mais alto preço que se pode imaginar: o sangue de Jesus.

O que precisamos fazer é reconhecer o que Cristo fez em  nosso lugar. Jacó sabia que precisava ser resgatado. Ele havia sido avisado de que seu irmão Esaú estava a caminho com homens armados para encontrá-lo. As ofertas pacíficas que Jacó enviara antecipadamente pareceram não fazer diferença alguma. Esaú estava vindo mesmo assim, com a intenção de vingar-se. Jacó despachou sua família antes, fazendo-a cruzar o rio; e, sozinho, ele suplicou a ajuda de Deus.

Ele precisava ser livrado de Esaú. Porém, Jacó também sabia que ele – o enganador – não tinha direito algum de pedir o auxílio de Deus. Quando o auxílio finalmente veio, Jacó não o reconheceu. Ele lutou contra Deus, pensando que estava sendo atacado. Somente ao amanhecer, quando finalmente percebeu contra quem lutava, foi que Jacó teve a certeza de que precisava. Por quê? Porque Jacó parou de lutar contra Deus, e, em vez disso, agarrou-se a Ele (Gn 32:22-29).

Quando nos agarramos a Jesus, Ele nos concede a salvação e a certeza de que precisamos. Ellen White diz: “Toda pessoa crente deve submeter sua vontade inteiramente à vontade de Deus e manter-se num estado de arrependimento e contrição, exercendo fé nos méritos expiadores do Redentor e avançando de força em força, e de glória em glória” (Refletindo a Cristo, p. 138). Ellen White continua destacando que a salvação significa muito mais do que apenas crer ou aceitar mentalmente. Saber que Jesus é o nosso Salvador é muito mais do que um pensamento bonito e confortador. É “exercer fé” e “avançar de força em força”.

Tiago afirma claramente que a fé é inútil, a menos que seja seguida de ação (Tg 2:19). O livro de Tiago explica, por meio de exemplos práticos, que, porque sabemos que Deus nos perdoou e temos fé que Ele nos salvará, nós então O obedecemos. A vida com Deus produz um resultado prático em nosso dia a dia. Podemos estar certos de que estaríamos preparados para encontrar Jesus se Ele viesse hoje.

Resgate Final

A segunda vinda de Cristo será o maior resgate da história da Terra. A Bíblia diz que os céus se enrolarão como um pergaminho (Is 34:4) e que a terra cambaleará como um bêbado (Is 24:20).

Será que, para nos encontrarmos com Jesus, será necessário um tipo de santidade especial? Alguns adventistas do sétimo dia têm sustentado a ideia de que o caráter de Deus será vindicado mediante a vida perfeita da última geração de crentes. Eles buscam embasar essa compreensão nos escritos de Ellen White, tirando-os do devido contexto. Essa afirmação desperta medo nas pessoas e tende a dirigir o foco do cristão para si mesmo.

Deus sempre desejou que cada geração de cristãos encontrasse a vitória sobre o poder do pecado (Rm 6:11-14). Entretanto, a perfeição será sempre um processo de crescimento, e nada do que façamos pode nos fazer chegar lá. Em vez disso, temos que continuar nos agarrando a Jesus. A nossa luta diária é abrir mão de todas as coisas que nos separam de Deus, e nos agarrar a Cristo, em vez de lutar contra Seu Espírito, ou interferir em Sua obra, na tentativa de dar uma “ajudinha” ao nosso libertador.

Desse modo, a certeza de que estamos prontos para encontrar Jesus não depende de alcançarmos certo patamar, mas de morrermos diariamente para tudo o que nos separa de Deus e nos agarrarmos às Suas promessas. Só assim poderemos afirmar com segurança: “Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos salvará” (Is 25:9). [Créditos da imagem: Fotolia]

GERALD KLIMGBEIL, doutor em Literatura, é editor associado da Adventist Review; CHANTAL KLINGBEIL, mestre em Linguística, é diretora associada do Ellen G. White Estate

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Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.