Clássico do adventismo que trata das principais críticas à pessoa, à obra e ao dom profético de Ellen White ganha versão em português
André Vasconcelos
Um dos pilares doutrinários da Igreja Adventista do Sétimo Dia é a crença no dom de profecia. Com base em Apocalipse 12:17 e 19:10, os pioneiros da denominação chegaram à conclusão de que essa habilidade concedida pelo Espírito Santo é uma das marcas distintivas do povo de Deus no tempo do fim. Eles também acreditavam, e com razão, que esse dom espiritual se manifestou na vida e no ministério de Ellen White.
Com o passar do tempo, porém, morreram aqueles que conheceram pessoalmente Ellen White. E as gerações posteriores de adventistas, que viveram mais distantes geográfica e cronologicamente da pioneira, têm se afastado dos escritos dela, o que gerou um desconhecimento de sua vida e obra. O resultado é que, aos poucos, a igreja tem se tornado indiferente aos conselhos inspirados e relativizado o que a mensageira do Senhor escreveu.
Por outro lado, os críticos têm se tornado cada vez mais agressivos. De Dudley M. Canright aos opositores atuais, que propagam mentiras como “folhas de outono” por meio da tecnologia digital, Ellen White tem sido acusada de falsidade, racismo, plágio, ganância, esquizofrenia e oportunismo. Por isso, torna-se cada vez mais necessário responder satisfatoriamente a essas questões; não apenas para oferecer um contraponto aos críticos, que quase nunca estão dispostos a reavaliar suas crenças, mas para fortalecer e orientar aqueles que estão em dúvida.
Num contexto em que muitos adventistas desconhecem os escritos dela, o livro Ellen White e Seus Críticos (CPB, 2020, 568 p., R$ 113,80), lançado recentemente, nunca foi tão necessário. Dividida em 33 capítulos e 17 apêndices, com mais de 500 páginas, essa obra responde a quase todas as críticas que já foram feitas à pessoa, à obra e ao dom profético da cofundadora da Igreja Adventista. Geralmente, cada capítulo começa com uma acusação, na maioria das vezes feita por Dudley M. Canright. Na sequência, essa crítica é analisada e respondida, sempre com argumentos detalhados, lógicos e consistentes.
Será que Ellen White acreditava na doutrina da porta fechada? É verdade que ela e o esposo criam que Jesus ia voltar em 1851, conforme a teoria dos sete anos de José Bates? O que ela quis dizer com “amalgamação de homem e animal”? Por que suprimiu alguns de seus escritos? Essas e outras questões são abordadas e respondidas no livro.
Escrito por Francis D. Nichol, editor-geral do Comentário Bíblico Adventista, essa obra é um dos materiais mais abrangentes e profundos sobre o assunto; por isso, é considerada um clássico do movimento adventista. Apesar de ter sido lançada em inglês há cerca de 70 anos, ela continua atual e relevante. É um antídoto contra o veneno dos falsos mestres que têm a aparência de piedade. Afinal, o conselho inspirado continua o mesmo: “Crede nos Seus profetas e prosperareis” (2Cr 20:20).
TRECHO
“Ninguém lê a história do povo do advento sem ser, com frequência, impressionado poderosamente com o fato de que foram os conselhos de Ellen White que, por meio da inspiração, guiaram e firmaram o movimento” (p. 16).
ANDRÉ VASCONCELOS é pastor e editor de livros na CPB
(Resenha publicada na edição de julho de 2020 da Revista Adventista)
Última atualização em 21 de julho de 2020 por Márcio Tonetti.