Para onde foi o acervo histórico de uma das instituições de ensino adventistas mais antigas
Há dez anos, a mais antiga instituição educacional adventista em funcionamento no mesmo lugar em que foi fundada suspendeu as atividades em razão de uma crise financeira. Apesar de o Atlantic Union College, fundado em 1882 na região de South Lancaster, Massachusetts (EUA), ter sido reaberto com um número menor de cursos em 2015, cerca de três anos mais tarde ele fechou definitivamente as portas. Restou um vasto acervo histórico que a igreja na América do Norte tem procurado preservar.
Parte dessa herança agora será administrada por instituições e órgãos ligados à memória adventista. No ano passado, mais de 13 toneladas de livros, folhetos, periódicos, diversos artefatos, registros administrativos e outros documentos cruzaram o país numa carreta com destino a Berrien Springs, no estado do Michigan. Depois que a instituição foi fechada, os líderes do colégio e da sede administrativa regional estudaram a possibilidade de abrir um museu que reunisse esse rico acervo mantido pelo Atlantic Union College. Tendo em vista que o adventismo começou na Nova Inglaterra, parecia haver mais sentido que essa herança fosse mantida nessa parte do país. No entanto, o alto custo do projeto e as implicações logísticas inviabilizaram o plano.
Para auxiliar o comitê executivo da sede administrativa para essa região dos Estados Unidos nessa questão, foi organizada uma equipe de trabalho envolvendo integrantes do Centro de Pesquisa Adventista (CAR, na sigla em Inglês), do Ellen G. White Estate e do Ministério da Herança Adventista.
A partir desse esforço colaborativo, a solução encontrada foi destinar os artefatos mais significativos para o Ellen G. White Estate, em Silver Spring, Maryland, e para o acervo do Ministério da Herança Adventista. Porém, a maior parte dos documentos históricos e de pesquisa foi para o CAR, localizado na Universidade Andrews.
“A Igreja Adventista tem uma dívida de gratidão com aqueles que preservaram e valorizaram esses artefatos e registros”, enfatizou Merlin Burt, atual diretor do White Estate. “É muito difícil para os adventistas modernos compreender a vida real daqueles que fundaram esse movimento há mais de 150 anos, e a coleção abrigada por tantos anos no Atlantic Union College nos ajuda nisso. Seja a escrivaninha de Tiago White ou o equipamento que Stephen Haskell inventou para puxar grandes estacas de ferro quando tendas evangelísticas tinham que ser movidas, tudo isso traz o mundo de nossos pioneiros muito mais perto”, ele ressaltou.
Tim Poirier, vice-diretor do White Estate, cresceu na Nova Inglaterra, frequentando a Greater Boston Academy e o Atlantic Union College (AUC), onde se graduou em 1980. Ele também trabalhou na biblioteca da faculdade. “Frequentar a AUC logo depois que este famoso prédio foi reformado e começou a servir como um centro de materiais históricos era como estar em um museu vivo”, ele afirma. “Os retratos completos dos anos 1850 de William e Lucy Miller estavam pendurados na capela onde estudantes de Teologia praticavam seus sermões. E os objetos e documentos de uma era distante estavam todos ao alcance. Preservar essa herança ajudará o passado adventista a ganhar vida para milhares de outras pessoas no futuro”, ele ressalta.
Para facilitar o acesso dos pesquisadores a esse tesouro histórico, a intenção é digitalizar alguns desses documentos e disponibilizá-los no site da Adventist Digital Library.
Equipes do Centro de Pesquisa Adventista da Universidade Andrews (EUA)
e da Adventist Review
(Matéria publicada na edição de março de 2021 da Revista Adventista / Adventist World)
Última atualização em 3 de março de 2021 por Márcio Tonetti.