Ministério de apoio já construiu mais de 11 mil igrejas e escolas, além de ter perfurado mais de mil poços artesianos
Marcos Paseggi
Mais de 2 mil voluntários e apoiadores da Maranatha Volunteers International se reuniram em Sacramento, na Califórnia (EUA), nos dias 19 a 21 de setembro, para comemorar o 50º aniversário desse importante ministério de apoio da Igreja Adventista.
A Maranatha, que coordena e patrocina projetos de construção de igrejas e escolas, bem como de perfuração de poços artesianos em todo o mundo, aproveitou ao máximo sua convenção anual para relembrar a forma impressionante como Deus conduziu a entidade. “Uma coisa não mudou em cinco décadas: Deus é fiel e Ele foi fiel à Maranatha. Vimos Sua mão repetidamente”, disse Don Noble, presidente da Maranatha.
Desde que John Freeman organizou a primeira viagem missionária de familiares e amigos às Bahamas, o ministério recrutou mais de 85 mil voluntários que atuaram em 2.170 equipes missionárias em 88 países. Nesses projetos, a Maranatha ergueu 9.079 igrejas, 3.110 salas de aula e perfurou mais de mil poços. No total, ela já contabiliza aproximadamente 1,2 milhão de metros quadrados de área construída.
Porém, os números não contam a história completa, pois a Maranatha não tem que ver apenas com edifícios, mas com transformação de pessoas e comunidades. “Está provado que, depois de a Maranatha entrar em um país, a igreja como um todo cresce”, Noble pontuou.
Na opinião de Samuel Makori, presidente da Igreja Adventista para a região leste do Quênia (África), a presença da Maranatha também fortalece a igreja local. “Graças à Maranatha, pessoas e igrejas saem da zona de conforto e vão ajudar nas áreas rurais. O serviço da Maranatha é uma motivação para nossos membros”, afirmou.
Desafios
A Maranatha Volunteers International foi criada numa época em que eram poucos os ministérios de apoio da igreja – aqueles financiados por doações privadas e não por alocações da organização adventista. Ao longo de cinco décadas, ela se destacou pela transparência e agilidade na execução de projetos. “Você vê resultados e os vê rapidamente”, disse Kenneth Weiss, vice-presidente executivo. Por meio dos esforços cuidadosamente coordenados, os voluntários da Maranatha geralmente chegam nas comunidades e constroem templos e escolas em poucos dias.
No entanto, ao chegar ao jubileu de ouro, a Maranatha tem parado para refletir sobre como pode continuar sendo relevante para a igreja, já que, nos últimos anos, surgiram muitos outros ministérios de apoio.
Outro desafio tem que ver com a necessidade de chegar às novas gerações para manter saudável e ativo seu grupo de apoiadores. É que muitos colaboradores de longa data estão morrendo. “Nas próximas décadas, o desafio será envolver os millennials para apoiar uma causa como essa”, Weiss admitiu. Ao mesmo tempo, ele observou que, quando a Maranatha começou, o apoio era mais polarizado, ou seja, vinha de jovens e idosos. “Agora, as coisas estão mais equilibradas, pois muitas famílias de meia-idade estão se envolvendo e investindo neste ministério”, completou.
Em parte, essa tendência pode ter resultado do sucesso dos programas envolvendo famílias inteiras em projetos de construção por períodos curtos de voluntariado em todo o mundo. Ao mesmo tempo, outras iniciativas, como o Ultimate Workout, que é voltado exclusivamente para adolescentes, têm pais envolvidos no apoio ao ministério. “Os projetos familiares são muito populares”, disse Weiss. “Quando abrimos as inscrições para um projeto específico, geralmente as vagas são preenchidas rapidamente. E as pessoas que já participaram uma vez são os melhores divulgadores porque veem que a Maranatha muda a vida deles e de outras pessoas”, acrescentou o vice-presidente executivo.
Testemunhos comoventes
Na convenção anual em Sacramento, os participantes puderam ter uma dimensão mais ampla da poderosa transformação que a Maranatha promove tanto em jovens quanto em idosos. Além dos seminários de sexta-feira pela manhã sobre liderança e outros tópicos, e momentos inspiradores de louvor e adoração durante todo o fim de semana, houve momentos para testemunhos emocionantes sobre o envolvimento com a Maranatha.
Seja para a família que luta para superar a morte de uma criança; o adolescente que luta contra um distúrbio alimentar; ou o casal que volta para a igreja depois de anos de afastamento, a Maranatha promove o serviço como uma forma de encontrar significado, satisfação e renovação espiritual ao servir o próximo.
Vários líderes da igreja também trouxeram seus cumprimentos e testemunhos à convenção, enfatizando como a Maranatha ajudou a desenvolver a Igreja Adventista ao fornecer templos convidativos, salas de aula confortáveis ??e poços de água essenciais, quando necessário.
Daniel Fontaine, ex-presidente da igreja em Cuba, foi um dos que enfatizaram esse ponto. “A Maranatha foi uma bênção para Cuba”, disse Fontaine, que compartilhou como o ministério transformou a face da igreja naquele país depois que começou a trabalhar lá, em 1994. “Para ir a Cuba, você precisa mostrar fé e confiança em Deus. O início de Maranatha na ilha caribenha foi desafiador”, ele completou.
Fontaine explicou que a Maranatha chegou a pensar em deixar Cuba por causa dos desafios. “Mas já faz 25 anos que ela continua lá. O apoio da Maranatha transformou a igreja e ajudou os membros a crescer”, o pastor Fontaine comemorou.
O atual presidente da Igreja Adventista em Cuba, Aldo Pérez, concordou. “A Maranatha é como um médico que veio aliviar nossas dores de crescimento em Cuba. Não há dúvida de que Deus está usando esse ministério para Sua glória. E os frutos do serviço serão vistos na eternidade”, concluiu.
Próximo passo
Apesar das impressionantes realizações da Maranatha Volunteers International, ainda há muito o que fazer, disse Kyle Fiess, vice-presidente de projetos. Fiess compartilhou detalhes do trabalho da entidade na Zâmbia, país em que, de acordo com as estatísticas mais recentes, uma em cada doze pessoas é adventista do sétimo dia. “Em 2018, os líderes da igreja pediram ajuda para o norte da Zâmbia, região onde existem mais de 3 mil comunidades adventistas sem um lugar para adorar”, disse Fiess. “Agora que a Maranatha está lá, até o fim do ano, teremos construído 80 igrejas. É apenas uma gota no balde”, reconheceu Fiess.
À luz dos desafios atuais, a chave é o envolvimento, disse o pastor Gilberto Araújo, presidente da Maranatha na Costa do Marfim. Em sua fala durante o evento, ele ressaltou que o ministério de apoio está planejando seu primeiro projeto naquele país para fevereiro de 2020. “Queremos ver o que o Senhor pode fazer com você lá”, disse o pastor Araújo, convidando as pessoas a se inscreverem no projeto. “Não queremos ouvir histórias; nós queremos nos tornar histórias junto com você”, ele pontuou durante a conferência da Maranatha.
MARCOS PASEGGI atua na equipe da Adventist Review
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Última atualização em 4 de outubro de 2019 por Márcio Tonetti.