Centenário do adventismo no Mato Grosso do Sul foi comemorado com caravana evangelística e ações sociais
Para começar a contar a história do adventismo em terras pantaneiras é preciso voltar cem anos atrás, na cidade de São Borja (RS), onde vivia uma família um tanto atípica. Pai gaúcho, mãe argentina e seus 13 filhos não tinham religião e pouco falavam sobre a Bíblia em casa. Mas essa história começaria a ganhar contornos de fé quando, ao visitar uma conferência, a argentina Gabriela dos Santos foi despertada para a mensagem adventista. Pouco tempo depois, ganhou uma Bíblia e ensinou os filhos a ler, além de transmitir a eles importantes princípios.Pobreza, medo e escassez de trabalho. As consequências da Revolução Farroupilha levaram diversas comitivas a sair do Rio Grande do Sul em busca de novas chances no centro-oeste do Brasil. A notícia de terra fértil e territórios ainda não explorados encheu os olhos dos sulistas que partiram em grande número, em carros de boi, para as terras guaranis do Mato Grosso.
Quando chegou ao antigo Mato Grosso, muito antes da divisão do estado, Gabriela e sua família se estabeleceram próximo a Ponta Porã. Pouco a pouco, funcionários das fazendas dos arredores ouviram sobre a mensagem que ela pregava. Logo, um grupo de pessoas ficou conhecido como “guardadores do sábado”. O ano era 1915, e Gabriela, já em idade avançada, continuou oferecendo estudos bíblicos. A notícia correu o Brasil, e a região, que até então não tinha registro de presença adventista, recebeu pastores de fora do país para os primeiros batismos no Pantanal. Em seguida, colportores chegaram e deram continuidade ao trabalho iniciado por Gabriela.
ROTEIRO DE FILME
De lá para cá, o estado foi dividido e a semente plantada frutificou, resultando na conversão de mais de 20 mil pessoas ao adventismo, distribuídas em 256 igrejas, além de sete escolas, duas unidades hospitalares, um lar infantil e um Centro de Vida Saudável (CVS).Essa história tem muitos pormenores e sua riqueza em detalhes gerou um livro, que serviu de base para um filme. A exibição do longa-metragem Esperança Para o Oeste: A Luz do Evangelho em Terras Guaranis, produzido pela sede sul-matogrossense da Igreja Adventista, marcou o encerramento das celebrações do centenário da denominação no estado. Foram dez dias de atividades evangelísticas e ações sociais realizadas de 14 a 24 de maio.
“Espero que cada vez mais a igreja neste estado maravilhoso continue com força e vigor alimentando a esperança de quem vive aqui”, declarou com um sorriso, admirado pelo trabalho que vem sendo realizado, o pastor Maiquel Nunes, líder adventista para o Mato Grosso do Sul.
SEMANA DE CELEBRAÇÃO
Com a presença do jornalista Cid Moreira, durante uma entrevista coletiva para a imprensa, a igreja iniciou, em Campo Grande, a semana de festividades que mobilizou voluntários durante todo o mês de maio. Cid Moreira falou sobre sua carreira, a gratidão à Igreja Adventista e sua dedicação em evangelizar por meio da voz. À noite, acompanhado do Missão Coral, o jornalista leu salmos bíblicos e testemunhou para centenas de pessoas no teatro Glauce Rocha.
A semana de ações sociais teve como foco a promoção da saúde com corrida de rua para 1.300 atletas, feira de saúde em frente ao Parque das Nações Indígenas, distribuição de garrafas de água mineral, frutas, viseiras para proteção solar e campanha antitabagismo, além de tendas de oração. Cada evento fez menção a um dos oito remédios naturais. As noites foram dedicadas às caravanas evangelísticas com os pastores Ivan Saraiva e Luís Gonçalves. Milhares de pessoas foram alcançadas nesses encontros, incluindo as cidades de Dourados e Eldorado, no interior.
REBECA SILVESTRIN é assessora de comunicação da sede adventista no Mato Grosso do Sul (com reportagem de Deborah Lessa)
Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.