Profissionais da saúde de todo o Brasil se reúnem para compartilhar e discutir novas formas de engajamento na missão
Jenny Vieira
Desde que começou a cursar Medicina na Universidade Adventista de Montemorelos, no México, há mais de 20 anos, Alberto Almeida tem se envolvido em projetos missionários. Atualmente, o urologista que atende no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, integra um grupo de médicos que todos os anos realiza ações sociais em comunidades ribeirinhas da Amazônia.
Entre os muitos casos que atendeu, um deles ficou marcado para Alberto. Por falta dos equipamentos necessários para uma cirurgia delicada, o médico precisou liberar um paciente sem a solução do problema. Um ano depois, ao se preparar para a missão seguinte, ele colocou na bagagem os equipamentos necessários para a cirurgia que seria feita por vídeo, se dispondo a pagar 1,2 mil reais pelo excesso de bagagem. “O paciente ficou muito emocionado e agradecido por eu ter viajado preparado para operá-lo. A cirurgia correu sem complicações e ele se recuperou bem. A alegria dessas pessoas supera qualquer sacrifício”, completa o voluntário.
Assim como Alberto, centenas de médicos adventistas dedicam parte do tempo como voluntários em projetos de atendimento a pessoas de baixa renda ou que têm pouco acesso aos serviços de saúde. Cerca de 280 desses voluntários se encontraram no 4º Congresso da Associação de Médicos Adventistas do Brasil (AMA), nos dias 29 de junho a 1º de julho, na sede sul-americana da igreja, em Brasília (DF).
Com o tema “Curar e salvar: uma obra completa”, o evento possibilitou aos médicos e universitários passar o fim de semana ouvindo palestras motivacionais sobre missão, além de conhecerem projetos missionários realizados em diversas regiões do país. Na tarde de sábado, eles colocaram em prática o que estavam aprendendo, por meio de uma ação social-piloto, promovida em 18 igrejas dos entornos da capital federal.
Foram realizados atendimentos gratuitos, com foco em doenças crônicas não transmissíveis e em tratamentos não medicamentosos. “O objetivo é que os pacientes mudem o estilo de vida, por meio das orientações passadas. Eles continuarão recebendo acompanhamento durante 12 semanas”, afirma o médico Rogério Gusmão, líder do Ministério da Saúde da sede sul-americana da igreja.
Segundo Luiz Fernando Sella, diretor da AMA e um dos fundadores da entidade, o objetivo desses congressos é integrar os médicos adventistas, incentivar o trabalho missionário e mobilizar esses profissionais para um trabalho conjunto com os pastores. “O médico tem um chamado pastoral. Ele é médico do corpo e da alma”, ressalta o doutor Sella, diretor de uma clínica e spa em Penedo (RJ).
Criada há cinco anos, a AMA também tem promovido encontros menores envolvendo médicos que trabalham em uma mesma região. O objetivo é alinhar ideias e programas missionários em nível local.
Para participar da Associação de Médicos Adventistas, basta ser médico ou estudante de Medicina. Por meio do site medicosadventistas.org, é possível efetuar o cadastro de membro e conhecer a missão, a visão e os valores que regem o trabalho da entidade.
JENNY VIEIRA é assessora de comunicação da sede da igreja para a região Centro-Oeste do Brasil
(Publicada originalmente na edição de agosto de 2018 da Revista Adventista)
Última atualização em 8 de agosto de 2018 por Márcio Tonetti.