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Líder sul-americano da Associação Ministerial destaca a importância da celebração do Dia do Pastor

Eduardo Teixeira

Foto: Divulgação DSA

Desde 1922, a Igreja Adventista mantém uma área específica para promover o desenvolvimento espiritual, pessoal, acadêmico e vocacional de seus pastores. A Associação Ministerial é uma entidade de extrema importância que, ao longo do tempo, tem implementado diversas estratégias e ações com o objetivo de acompanhar, aprimorar e oferecer apoio à liderança espiritual da igreja em suas atividades. Entre essas iniciativas, destaca-se a celebração do Dia do Pastor, que ocorre no terceiro sábado de outubro. Nesta entrevista, o pastor Lucas Alves, secretário ministerial da Igreja Adventista para a América do Sul, discute os desafios e a relevância do trabalho pastoral nos dias atuais.

Após mais de um século e meio da organização da Igreja Adventista, o que mudou para os pastores da denominação?

O mundo mudou de forma extraordinária com os avanços científicos e tecnológicos, bem como com as ­consequências das revoluções e das duas guerras mundi­ais, além dos movimentos sociais e dos direitos humanos, entre outros fatores. Sem dúvida, tudo isso afeta a igreja e o ministé­rio. Ao longo dos anos, também nos tornamos uma igreja urbana, e o ministério teve que se adaptar à realidade de um mundo que não para, com pessoas que não têm tempo, vivendo ansiosas, deprimidas e vazias. Portanto, o pastor de hoje precisa conhecer ainda melhor a natureza humana e ter uma experiência real com Cristo, para que as pessoas tenham abertura para conhecer o evangelho.

Diante desses desafios, quais características precisam ser desenvolvidas pelos pastores?

O pastor precisa desenvolver sua comunhão com Cristo, pois não há sucesso no ministério sem depender Dele; essa é a base de tudo. Além disso, o ministro deve ser alguém que ama as pessoas, pois vivemos em um mundo ferido, carente e confuso. Ele deve ser um líder preparado e eficiente, visto como alguém sábio que inspira pelo exemplo. Também é fundamental que tenha uma visão clara de seu chamado para fazer discípulos, buscando envolver a igreja no reavivamento e nos ministérios evangelísticos.

A cada ano, no terceiro sábado de outubro, a Igreja Adventista celebra o Dia do Pastor. Qual é a relevância dessa data?

Essa data é muito especial para a igreja por, pelo menos, três motivos. Em primeiro lugar, é um momento em que nós, pastores, precisamos parar e lembrar o nosso chamado. Jamais podemos nos esquecer de que foi Deus quem nos colocou no lugar onde estamos. Ele nos chamou, e nossa história não pode ficar no passado frio e distante. Sempre que olho para as fotos da formatura, a credencial e os primeiros anos de ministério, não posso deixar de reconhecer que ser pastor é um grande privilégio que só podemos receber pela graça. Em segundo lugar, esse é um momento em que a igreja tem a oportunidade de expressar com carinho o quanto respeita e valoriza o ministério de seu pastor. Finalmente, essa data foi escolhida de maneira proposital, em outubro, porque nos faz recordar de nossa origem como movimento e de que somos impulsionados pela esperança inabalável do retorno de Cristo.

O que o senhor gostaria de dizer aos pastores adventistas neste mês especial?

Vale a pena continuar, mesmo que talvez você não alcance todas as expectativas que tem como ministro de Cristo. Ele nunca deixará de usar você como um instrumento único em Suas mãos. Lembre-se sempre disso! Cristo não prometeu um ministério sem lutas, mas ­prometeu que lutaria conosco. Ele não prometeu um ministério leve, mas assegurou que levaria nossas cargas, não importando quão pesadas fossem. O Senhor não prometeu um ministério isento de preocupações, mas nos prometeu um ministério abençoado. Um dia, diante Dele, poderemos dizer: “Valeu a pena!”

(Entrevista publicada na Revista Adventista de outubro/2023)

Última atualização em 20 de outubro de 2023 por Márcio Tonetti.