Muito além dos estigmas

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Pastor explica como a igreja pode criar condições para valorizar e incluir as pessoas com deficiência

Por Eduardo Teixeira

Alacy Barbosa é o líder do Ministério Adventista das Possibilidades (MAP) para oito países da América do Sul. A proposta desse ministério é incentivar a igreja local na conscientização, aceitação e promoção de iniciativas voltadas para pessoas com deficiência, crianças órfãs ou em ­situação de vulnerabilidade, enlutados e aqueles que oferecem apoio a esses grupos.

Na última assembleia mundial, realizada em 2022 na cidade de Saint Louis (EUA), foi votada a inclusão do MAP no Manual da Igreja. Qual é o peso dessa decisão?

Já tínhamos ações isoladas e até em um ministério específico, mas sem discussão e votação em assembleias mundiais. Agora, temos um voto que oficializa as iniciativas e traz foco e responsabilidades para todas as sedes ao redor do mundo. Portanto, o voto é fundamental para mostrar uma posição adventista que engaje essa população na dinâmica da igreja. Precisamos aprender sobre esses temas e criar condições de atendimento e estruturas físicas para as devidas interações.

De que forma o MAP colabora na produção de conteúdo para pessoas com deficiência?

A Igreja Adventista possui muitos membros com titulação acadêmica e dispostos a ajudar na produção de materiais e elaboração de projetos que atendam às congregações. Há também especialistas não adventistas que se propõem a colaborar com o Ministério Adventista das Possibilidades por conhecer nossa preocupação com os variados públicos. Temos exemplos recentes em relação às publicações. Lançamos o livro Vinde a Mim, que se trata de um guia com orientações sobre comportamento inclusivo voltado aos voluntários da Escola Sabatina, e também disponibilizamos a obra Caminho a Cristo em braille.

O MAP engloba alguns ministérios. Quais são eles? Existem diretrizes para todos?

Em nosso manual de implementação, disponível aqui, contemplamos os ministérios dos surdos, saúde mental e bem-estar, cegos e baixa visão, deficiência física e mobilidade reduzida, enlutados, cuidadores e crianças órfãs e em situação de vulnerabilidade. Para cada um desses, há objetivos e estratégias específicas a fim de que as igrejas locais estruturem as iniciativas. Além disso, o guia traz uma seção sobre comunicação assertiva com recomendações para o uso correto da linguagem em assuntos relacionados à pessoa com deficiência.

Como as igrejas podem ser um lugar de acolhimento e inclusão?

O pastor Julio Cesar Ribeiro, conselheiro voluntário do MAP, preparou um texto no qual elenca algumas dicas para responder a essa questão. Ele menciona que é preciso avaliar a acessibilidade física do local, comunicar-se de forma clara e compreensível, ­oferecer treinamentos, adaptar também as funções e atividades, valorizar as diferença, incluir pessoas com deficiência em etapas variadas do trabalho, garantir um ambiente livre de discriminação e, por fim, buscar feedbacks das pessoas com deficiência a respeito das medidas adotadas.

(Entrevista publicada na Revista Adventista de junho/2023)

Última atualização em 19 de julho de 2023 por Márcio Tonetti.