Mais de 1,2 mil jovens são inscritos em projetos missionários durante evento no Amazonas
Tatiane Lopes
Olhando do alto era possível ver um grande público perfeitamente organizado em 360 graus. Um palco inovador transmitiu, em quatro telas de LED verticais, o primeiro Campori de Jovens da região noroeste do Brasil, que atraiu 12 mil pessoas de Rondônia, Acre, Roraima e Amazonas. O que cada participante pôde encontrar ali foi bem mais do que cinco dias de bons sermões e boa música.
Gabriela Pinheiro tinha 27 anos quando decidiu deixar a vida confortável na capital paulista e seguir rumo à Guiné-Bissau (África) como missionária voluntária. Ali a advogada conheceu um médico, que hoje é seu esposo, e juntos decidiram ser missionários no interior do Amazonas. Há mais de dois anos eles estão na região como voluntários permanentes.
O casal participou do campori numa das diversas “praças das missões”. O desafio era contar aos jovens que por ali passavam como é o trabalho prático no campo missionário.
Bruna Vasconcelos, jovem amazonense de 20 anos, passou por todos esses ambientes preparados para impactar os jovens sobre a importância do voluntariado. “Esse contato que tivemos com missionários que estão na ativa foi de extrema importância. Ter visto e ouvido alguém deixar toda a estabilidade e se submeter a condições difíceis de moradia e até de alimentação, mas sair de lá transformado e com uma visão diferente do mundo, foi fundamental para minha decisão”, afirma Bruna, que se prepara para ter uma experiência transcultural no Chile. Ela faz parte do grupo de
1,2 mil jovens que se inscreveram no evento para ser missionários de curta duração, dentro e fora do Brasil.
Com o tema “Nosso campo é o mundo”, toda a programação teve o foco voltado para o envio. “A elaboração das provas, as atividades propostas, tudo foi planejado para levar o jovem a refletir sobre a necessidade de sair e pregar”, conta o pastor Lelis Souza, organizador do evento.
Em um dos sermões, Gary Blanchard, líder mundial da juventude adventista, convidou cada participante a “viver perigosamente para Jesus”, dedicando sua vida a ser missionário. Palestras realizadas pelos convidados, como o pastor Elbert Kuhn, que viveu mais de dez anos na Mongólia e foi nomeado recentemente secretário associado e gerente de projetos e estratégias do Serviço Voluntário Adventista mundial, igualmente despertaram os participantes para a necessidade de levar a mensagem a toda nação, tribo, língua e povo.
Como incentivo, as tão conhecidas provas e atividades de um campori foram realizadas em diversas “praças” construídas especialmente para proporcionar o contato dos jovens com a realidade das missões. Em uma delas, foram fixadas 193 bandeiras. Era possível saber, por exemplo, o número de habitantes e de adventistas de cada país. Já na “praça das religiões” podia-se ver número de adeptos das tradições de fé mais influentes do mundo e ter ideia do desafio que ainda existe para alcançar regiões em que os cristãos são minoria.
TATIANE LOPES é jornalista
(Matéria publicada na edição de julho de 2018 da Revista Adventista)
Última atualização em 1 de agosto de 2018 por Márcio Tonetti.