O apóstolo dos índios

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Livro sobre a trajetória de casal de missionários e seu amor pelo evangelho ajuda a entender o papel da igreja
Adriana Seratto
Nova edição estará disponível em breve nas livrarias e no site da editora

“Desejo ir ao lugar mais difícil que existir.” Esse foi o pedido do pastor Ferdinand Stahl em carta dirigida a Ellen G. White. Em resposta, Ellen aconselhou o jovem destemido a participar da Assembleia da Associação Geral em Washington e se apresentar como missionário aos líderes da igreja.

O sonho do pastor Stahl começou a se realizar quando ele vendeu a propriedade do casal em menos de um mês e aceitou o salário de 12 dólares por semana para trabalhar como missionário na América do Sul. O casal navegou para Mollendo, no Peru, deixando para trás a clínica bem-sucedida, a vida financeira estável e todas as comodidades e conforto do seu lar. Ao desembarcarem no porto de Mollendo, as posses do casal se resumiam a sete baús e uma barrica de suco de uva.

Assim começou a aventura missionária do casal Ana e Ferdinand Stahl nos Andes e na Amazônia. Em 1921, o pastor Stahl já havia se tornado conhecido mundialmente pelo trabalho com os índios, e Ana era considerada uma “mãe” para os nativos, pois era ela quem auxiliava as índias a ter seus filhos e as ensinava a cuidar deles. Entre os membros da igreja, o pastor Stahl ficou conhecido como “apóstolo dos índios”.

Lançado no Brasil em 1967 com o título Ana Stahl dos Andes e Amazonas, o livro teve o título alterado para Aventura nos Andes e Amazonas na edição de 1977. Mais de quatro décadas depois da última edição, a nova edição lançada pela CPB teve o texto adaptado para a linguagem de hoje a fim de tornar mais acessíveis os detalhes das inúmeras aventuras vividas pelo casal ao longo de mais de 30 anos de trabalho incansável como missionários entre os índios. No entanto, mais do que narrar essa impressionante trajetória, o livro retrata a atuação da providência divina ao dirigir cada situação, resolver cada conflito, prover cada necessidade e revelar verdades ocultas pela inveja daqueles que desejavam destruir a missão.

O retrato pintado pelo casal de missionários revela os bastidores da história da Igreja Adventista na América do Sul e mostra a importância do zelo pela Palavra de Deus. O objetivo da reedição deste livro é relembrar os muitos sacrifícios que os pioneiros fizeram para que pudéssemos ter a mensagem adventista na América do Sul e incentivar os jovens a participar das missões. Hoje a igreja conta com muitos projetos para os interessados em missão: Adventist Volunteer, Projeto Maranatha, Salva Vidas Amazônia, além dos núcleos das missões.

O pastor Stahl estava com 65 anos quando se aposentou. Para ele e a esposa, foi muito difícil deixar os nativos. O livro Aventura nos Andes e Amazonas não é apenas a biografia de um casal ou um relato missionário, mas um convite à missão que Deus estende hoje à nossa geração.

A fé, a determinação e a coragem desse casal devem ser seguidas por todos aqueles que desejam fazer parte da Grande Comissão (Mt 28:18-20) na qual Deus nos concedeu o privilégio de participar.

TRECHO

Encontrando um índio de olhar assustado perto da cabana, o pastor Stahl lhe perguntou:

– Por que saíram correndo?

– Não vê o grande número de índios armados que estão vindo para lhes defender?

O pastor Stahl olhou e procurou em todas as direções.

– Você consegue vê-los, Ana? – ele perguntou.

– Não, Ferdinand, não vejo coisa alguma. Deus enviou Seus anjos em resposta às nossas orações” (p. 66).

ADRIANA SERATTO é revisora na CPB

Última atualização em 25 de junho de 2018 por Márcio Tonetti.