Primeiro internato adventista no país asiático será construído com parte das doações recolhidas até o fim de setembro
Ela é conhecida como a “terra do eterno céu azul” e uma das poucas culturas nômades remanescentes no mundo. Estima-se que 30 a 40% da sua população de 3 milhões de pessoas vivam sem endereço fixo, cuidando de rebanhos. Ali, os que não dependem da atividade agropastoril moram na movimentada e poluída capital Ulan Bator, a mais fria do mundo. Essa é a Mongólia, uma nação asiática em que o adventismo escreve uma bonita história contando com fortes laços com o Brasil.
Os cinco projetos especiais para as ofertas missionárias deste trimestre têm o objetivo de ajudar a missão adventista na Divisão do Pacífico Norte-Asiático, região que inclui Mongólia, China, Japão, Coreia do Norte e do Sul e Taiwan, e onde vivem 1,6 bilhão de pessoas, sendo apenas 3% cristãos.
As doações do mundo todo ajudarão na construção do primeiro internato adventista do país, que está sendo erguido num terreno de 60 mil m2, a cerca de 56 km da capital. Refeitório, dormitórios e quadras do internato estão prontos e custaram 700 mil dólares. Outros 400 mil dólares são necessários para construir as salas de aula e administrativas.
“O custo para se construir na Ásia é bem maior do que na África, por exemplo. Boa parte das nossas despesas até aqui foi com infraestrutura: aquecimento, água e energia elétrica. Temos usado contêiners revestidos para fazer os prédios e diminuir despesas também”, justifica o pastor Diogo Santos, que há pouco mais de um ano serve como missionário na Mongólia.
Ele adianta que o internato deve ser inaugurado em meados de 2019 com 84 alunos. O sonho é que, em cinco anos, a instituição chegue a 500 estudantes e talvez ofereça o ensino superior. Em curto prazo, porém, a ADRA pretende estabelecer uma fazenda-protótipo num terreno vizinho ao do internato para atender a população carente e os alunos do colégio.
Diogo é o vice-diretor de Tusgal, a única escola da denominação no país. Foi aberta em 2009 com quatro professores e 14 alunos. Hoje, a unidade tem 30 professores e funcionários e 147 alunos, sendo 35% adventistas. Ele vê com otimismo o futuro da educação adventista na Mongólia. “Os alunos do internato vão ficar longe da poluição da capital, da violência doméstica, do álcool e do cigarro. Morando cercados pela natureza, esses adolescentes aprenderão os princípios bíblicos que podem mudar a vida deles”, reflete, ecoando o sonho de outros que passaram por lá.
Missionários russos iniciaram a pregação da mensagem adventista na Mongólia em 1926. Contudo, os adventistas retornaram ao país depois do fim do regime comunista, em 1991. O pastor Elbert Kuhn, que coordena o Serviço Voluntário Adventista na sede mundial da igreja, dedicou uma década como missionário no país. Desde então, a sede sul-americana da igreja tem patrocinado o envio de missionários para lá. Rodrigo Assi trabalhou dois anos no país e hoje, além do pastor Diogo Santos, atuam ali o pastor Yure Gramacho e a voluntária Milena Mendes.
LISANDRO STAUT é jornalista e mestrando em Teologia na Universidade Andrews (EUA)
(Publicada na edição de setembro de 2018 da Revista Adventista)
Última atualização em 2 de outubro de 2018 por Márcio Tonetti.