Parceria inédita

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Organização Mundial da Saúde contará com o apoio da Igreja Adventista para reduzir a taxa de mortalidade infantil e materna
Annette Mwansa Nkowane, à esquerda, uma das participantes da reunião realizada em Bloemfontein, África do Sul, que deu início à parceria entre a OMS e a Igreja Adventista. Projeto terá duração de cinco anos e conta com uma verba de um milhão de dólares. Ao centro, Paul Ratsara, presidente da Divisão Sul-Africana Oceano Índico, e Patrícia Jones (à direita), diretora associada de Enfermagem do departamento Saúde da sede mundial adventista. Créditos da imagem: Joanne Ratsara
Annette Mwansa Nkowane, à esquerda, uma das participantes da reunião realizada em Bloemfontein, África do Sul, que deu início à parceria entre a OMS e a Igreja Adventista. Projeto terá duração de cinco anos e conta com uma verba de um milhão de dólares. Ao centro, Paul Ratsara, presidente da Divisão Sul-Africana Oceano Índico, e Patrícia Jones (à direita), diretora associada de Enfermagem do departamento Saúde da sede mundial adventista. Créditos da imagem: Joanne Ratsara

A Organização Mundial de Saúde e a Igreja Adventista do Sétimo Dia iniciaram uma parceria global sem precedentes destinada a reduzir as taxas de mortalidade infantil e materna. Esta é a primeira vez que a OMS, a agência de saúde pública das Nações Unidas, realiza parceria com uma organização religiosa em uma escala global, segundo disse a enfermeira Annette Mwansa Nkowane, que foi uma das principais proponentes do programa de formação de parteiras que deve ter duração de cinco anos.

A OMS procurou a Igreja Adventista a fim de propor a iniciativa depois de uma grande conferência sobre saúde organizada pela denominação na Suíça. A sede da OMS em Genebra identificou uma falta global de parteiras qualificadas como um fator que contribui para as mortes de mães e bebês. A agência de saúde pública da ONU acredita que a rede internacional de escolas e hospitais adventistas possam ajudar a reverter esse déficit.

Cinquenta profissionais da área de enfermagem e educadores da América do Norte, Europa, América do Sul e África estão reunidos nesta semana em Bloemfontein, África do Sul, para implementar o projeto, a partir de quatro países africanos. O projeto de um milhão dólares é financiado pela Fundação OPEC para o Desenvolvimento Internacional por meio da Organização Mundial de Saúde e foi projetado por representantes da OMS, da sede mundial adventista e da Escola de Enfermagem da Universidade de Loma Linda.

Índices, desafios e possibilidades de mudança

Segundo dados da OMS, mais de 800 mulheres morrem todos os dias devido a complicações na gravidez e no parto. Embora o índice de mortalidade tenha caído quase pela metade nos últimos 25 anos, países em desenvolvimento – que concentram 99% dos casos de mortes maternas – ainda enfrentam grandes desafios para reduzir esse problema. Um levantamento divulgado pela OMS mostrou que a taxa de mortalidade materna em 2013 nos países em desenvolvimento foi de 230 por 100 mil nascimentos, enquanto nos países desenvolvidos foi de 16 por 100 mil.

Algumas partes da África, principalmente a região Subsaariana que é considerada a pior do mundo para se ter um filho, segundo a OMS, apresentam uma taxa de mortalidade 14 vezes maior do que a dos países ricos. A falta de médicos e enfermeiros, além do fato de as universidades formarem entre 10 e 30 por cento apenas dos profissionais de saúde necessários para atender a população, contribui para isso, conforme acredita Mwansa Nkowane.

Gestante é atendida por parteira no Hospital Malamulo, no Malawi. Créditos da imagem: Jason Blanchard.
Gestante é atendida por parteira no Hospital Malamulo, no Malawi. Créditos da imagem: Jason Blanchard

Levando em conta essa realidade, ela ressalta que o projeto irá contribuir não apenas para ampliar o número de parteiras qualificadas, mas também para melhorar a proporção de professores por alunos nos cursos da área de saúde oferecidos por instituições educacionais africanas. De acordo com ela, hoje essa relação é de 1 professor para cada 45 alunos nos países em desenvolvimento e de 1 docente para cada 12 estudantes em nações desenvolvidas.

Inicialmente, o projeto estará centrado em quatro instituições localizadas na região da África Subsaariana: o Malamulo College of Health Sciences do Hospital Malamulo, no Malawi, o Kanye Adventist College of Nursing do Hospital Kanye, em Botswana, o Maluti College of Nursing do Hospital Maluti, no Lesoto, e o Hospital Adventista da Universidade de Cosendai, nos Camarões. [Equipe RA, da redação / Com informações de Joanne Ratsara, da ANN]

 

Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.