Na cruz, as pessoas se encontram, pois jesus é o centro de todas as coisas
André Oliveira
Em meio a uma crise, assim como em outras Páscoas, o festival de libertação chegou novamente. Mas o Cordeiro é o centro da sua vida? Na primeira Páscoa típica, as famílias se reuniram para imolar o cordeiro (Êx 12). Na Páscoa antitípica, a família humana sacrificou “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). E o sumo sacerdote Caifás, não falando por conta própria, “profetizou que Jesus estava para morrer pela nação. E não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que andam dispersos” (Jo 11:51, 52). O perfil de Cristo Jesus como ponto de atração começava a ficar mais delineado.
Mais tarde, Paulo afirmou que Deus tinha o propósito “de fazer convergir Nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do Céu como as da Terra” (Ef 1:10). Em Sua cruz e em Seu sangue, Cristo Se tornou o ponto de convergência do Universo. Para esse ponto no futuro, olhavam os crentes do passado. Para esse ponto no passado, olham os crentes do presente. Nesse ponto, todos, de todos os tempos, encontram esperança. Ali, o Universo se encontra com Deus e com a verdade sobre o caráter do Criador. Ele é o ponto de encontro entre o tipo e o Antítipo, entre símbolo e realidade, entre a Palavra escrita e a Palavra encarnada. Ele é o ponto de união entre judeus e gentios. Ele é o centro da história, o único ponto de salvação.
Para esse ponto são atraídos todos os seres humanos, de todos os níveis intelectuais, de todas as etnias, culturas, classes sociais e econômicas, cores, alturas, línguas e tribos. Nele há convergência entre o Céu e a Terra, entre os pecadores e o Salvador, entre salvos e salvos, entre o Salvador ressurreto e o Pai, entre o Filho e os anjos que O adoram.
Vamos a esse ponto por meio da Palavra, dos joelhos dobrados, do coração transformado e do testemunho sobre a graça. No ponto de convergência, são derrubados muros, barreiras, inimizades, preconceitos, hostilidades e inimizades.
Cristo, o ponto de convergência, é também o ponto de equalização universal. Na cruz, somos todos iguais, embora diferentes. Somos todos pecadores, condenados, desesperados, necessitados, justificados, transformados e chamados para proclamar uma “rude” mensagem de esperança.
Somos iguais, pois temos um só Criador, um só Salvador, uma só verdade, uma só Bíblia, uma só esperança. Nas coisas mais importantes, somos iguais; nas mais insignificantes, um pouco diferentes. As principais diferenças surgem quando nos afastamos da cruz e ficamos longe dos outros, pois saímos do único ponto de convergência e permanecemos em muitos pontos de divergência.
O conceito da graça de Cristo e de Sua cruz como ponto de convergência foi expresso de maneira eloquente na letra da música “Graça”, gravada pelo quarteto Arautos do Rei. Ao ouvir um sermão de Benedito Muniz sobre a salvação pela graça, Daniel Sales foi inspirado a escrever o refrão do hino. Porém, a ideia para a primeira estrofe da canção surgiu ao pensar nas pessoas que chegam aos aeroportos e terminais rodoviários carregando malas pesadas e esperando para embarcar em suas viagens:
A graça é um ponto de encontro,
Lugar onde os fardos se espalham no chão,
Onde todo que chega cansado
Tranquilo descansa o seu coração.
A graça se explica em uma cruz.
Lá eu posso entender o que o Céu me traduz:
A morte era a minha sentença,
Mas agora sou livre em Jesus.
Nesta Páscoa, pense na cruz de Cristo, vá até esse ponto de convergência e tenha um encontro com o Cordeiro de Deus.
ANDRÉ OLIVEIRA é pastor e editor da Lição da Escola Sabatina de adultos na CPB
(Artigo publicado na edição de abril de 2021 da Revista Adventista)
Última atualização em 1 de abril de 2021 por Márcio Tonetti.