Biografia mais completa sobre Ellen White é lançada em português
O ano de 2015 marca o centenário da morte de Ellen White, cofundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ao redor do mundo, uma série de iniciativas têm celebrado a herança de fé e esperança deixada por aquela que é considerada uma líder notável, escritora prolífica, reformadora admirável e autêntica mensageira do Senhor. No Brasil, entre as diversas ações alusivas ao centenário, está o lançamento da principal obra acerca de sua vida: Ellen White: Mulher de Visão (CPB).
O autor da obra, Arthur L. White (neto da biografada), trabalhou por mais de 40 anos no White Estate, departamento da sede mundial da igreja responsável por preservar e divulgar os escritos da profetisa. Como secretário, ele promoveu a publicação de muitas obras compiladas de Ellen White e estimulou a abertura de filiais do White Estate em outros países. Contudo, sua maior contribuição veio com a aposentadoria, em 1978. Por seis anos, ele se empenhou em escrever a biografia mais extensa e completa da pioneira.
Originalmente, a obra foi publicada em seis volumes. O trabalho foi tão apreciado que, pouco tempo após sua distribuição, foi sugerido que a biografia fosse condensada em apenas um livro. Sob a supervisão do White Estate, Margaret Thiele fez a redução do material publicado, e Kenneth Wood, a edição. Assim, em 2000, foi lançado o livro Ellen White: Woman of Vision.
A obra é caracterizada por linguagem clara e conteúdo envolvente. Dividida em 39 capítulos curtos e contendo 545 páginas, o autor descreveu a trajetória de Ellen White desde sua infância, em Portland (Maine), até seu sepultamento, em Battle Creek (Michigan). Para empreender essa tarefa, ele pesquisou os diários de Ellen White, as dezenas de milhares de páginas de sua correspondência, seus manuscritos, os artigos em periódicos, seus livros e panfletos, além de artigos históricos que se encontram no White Estate.
Ao narrar a história da pioneira, Arthur conseguiu destacar ao menos três aspectos de suma importância para a compreensão do papel dela no desenvolvimento do adventismo. Em primeiro lugar, contrariando o imaginário popular, que vê nela um “ser sobrenatural”, o autor retrata Ellen White como alguém comum, com suas angústias, preocupações, alegrias e desafios. Arthur deixa claro que a avó, uma fiel cristã, era também esposa, mãe, amiga e vizinha.
Outro elemento importante tem que ver com a contribuição do ministério profético dela. Por meio de relatos precisos e impressionantes, Arthur reafirmou o duplo papel do dom profético para a Igreja Adventista: as revelações confirmavam as descobertas teológicas estabelecidas por meio do estudo da Bíblia e estimulavam o avanço organizacional por meio de instituições editoriais, médicas e educacionais.
O terceiro aspecto está relacionado à influência exercida por Ellen White. Algumas pessoas limitam sua participação na liderança da denominação como porta-voz das revelações divinas. Contudo, era da sua personalidade manter uma visão ousada e empreendedora para o movimento adventista. Por isso, podemos dizer que Ellen foi uma mulher visionária. Essa virtude fez dela uma mulher de visão em duplo sentido.
A importância do livro é realçada por especialistas da área. Para o doutor Alberto Timm, diretor associado do White Estate, a obra “é a melhor e mais abalizada biografia de Ellen White disponível em língua portuguesa”. Ele destaca que sua leitura “contribuirá significativamente para melhor compreensão dos escritos dessa autora que é, hoje, a mulher mais traduzida da história”.
Por sua vez, o doutor Renato Stencel, diretor da filial brasileira do White Estate, sediada no Unasp, campus Engenheiro Coelho, enfatiza que o livro “traz ao público brasileiro a narrativa da vida de uma mulher que possuía notáveis talentos espirituais e que influenciou a vida de milhares de pessoas por meio de seus escritos e de seu exemplo”.
Adventistas, estudiosos do adventismo e o público em geral serão grandemente beneficiados com a descrição viva, singela e bem documentada disponível em Ellen White: Mulher de Visão.
TRECHO
“Sinto cada vez mais saudades do papai [Tiago White], principalmente aqui nas montanhas. Há uma grande diferença entre estar neste lugar com ele e sem ele. Creio piamente que minha vida estava tão envolvida e relacionada à do meu esposo que é praticamente impossível ser alguém sem sua presença” (Carta 17, 1881).
WELLINGTON BARBOSA é pastor, mestre em Teologia e editor de livros na Casa Publicadora Brasileira
Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.