Sociedade Bíblica do Brasil lança a primeira versão do trabalho de revisão da tradução de João Ferreira de Almeida

Uma das traduções mais lidas pelos cristãos brasileiros, a Almeida Revista e Atualizada (RA), publicada exclusivamente pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), atravessou 60 anos sem ter sido submetida a uma revisão mais profunda, embora as Sociedades Bíblicas Unidas (SBU), aliança mundial da qual faz parte a SBB, recomendem que isso seja feito a cada 25 anos. No entanto, desde 2013 o texto da Bíblia mais tradicional e popular no Brasil vem sendo revisado. O primeiro fruto desse trabalho, a edição do Novo Testamento, Salmos e Provérbios, foi apresentado durante o Fórum de Ciências Bíblicas, realizado em Barueri (SP) entre os dias 25 e 26 de agosto.
A expectativa é que a revisão de todo o conteúdo da Bíblia esteja concluída em 2018, ano em que a SBB completará seu 70º aniversário e quando também será celebrado o segundo Ano da Bíblia no Brasil –, uma década depois da celebração do primeiro.
Os parâmetros da revisão foram definidos em conjunto entre especialistas da SBB e representantes de diferentes denominações cristãs. “O propósito dessa nova atualização da RA é que o leitor diga: ‘Isso é Almeida, e isso eu entendo’. Ou seja, as principais melhorias estão sendo feitas com o objetivo de tornar o texto mais compreensível, sem perder a essência desta tradução”, explica Vilson Scholz, consultor de Tradução da SBB, que está à frente da empreitada.
A versão Almeida Revista e Atualizada diferencia-se pela fidelidade aos textos originais, linguagem atualizada sem abrir mão do vocabulário e sintaxe eruditos, riqueza de estilos literários, além de legibilidade e sonoridade. Todos esses predicados, tão apreciados pelo leitor da Bíblia, continuam presentes na Nova Almeida Atualizada.
Principais mudanças
Entre as melhorias, destaca-se a redução da extensão das frases, sempre que possível (mais pontos e menos pontos e vírgula). Além disso, os termos da frase foram colocados na ordem natural do português (sujeito antes do verbo) e as construções complicadas e de pouco uso, como é o caso de mesóclises do tipo “dir-lhes-ei”, foram refeitas. Outra mudança foi a substituição de palavras difíceis, como “irrisão” e “prevaricar”, por termos mais simples.
No entanto, a mudança que mais deverá chamar a atenção, inicialmente, é a passagem do “tu” e “vós” para “você” e “vocês”, com exceção das orações ou palavras dirigidas a Deus, em que se preserva o “tu”. “O maior desafio desse trabalho tem sido fazer com que, mesmo atualizado para o português escrito no Brasil do século 21, o texto mantenha a sonoridade de Almeida”, complementa Scholz. [Com informações de Luciana Garbelini, da SBB]
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Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.