Projeto garante a sobrevivência de famílias em região da África atingida pela seca
Com informações da Adventist Review e ADRA Canadá
Nos últimos cinco anos, o condado de Mandera, no Quênia, foi atingido por uma seca devastadora. Os moradores, que tradicionalmente se dedicam à atividade pastoril, viram o gado e os meios de subsistência sucumbirem à fome e à sede. Sem um meio de suprir suas necessidades, a população sofre de desnutrição aguda.
A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) trabalha na região desde 2011 com uma variedade de projetos que fornecem segurança alimentar, regeneração de pastagens e treinamento para o cultivo de hortas usando técnicas de permacultura. Também chamado de “cultura permanente”, esse modelo dá ênfase no manejo correto dos recursos naturais, a fim de criar ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza. Mais recentemente, a ADRA também tem facilitado o acesso ao crédito, visando ajudar as famílias a economizar dinheiro, identificar oportunidades de negócios e ter acesso aos recursos necessários para empreender. Isso ajudou na diversificação da renda da comunidade.
“A ADRA realizou muito trabalho por aqui”, diz Rahama, uma entre os mil participantes do projeto da agência humanitária adventista na região. “Eles treinaram as mulheres e a comunidade em geral quanto ao cultivo de alimentos em pequenos espaços, como jardins”, ela afirma. Segundo Rahama, alguns dos que receberam o treinamento da ADRA têm compartilhando o conhecimento. Assim, o projeto das hortas tem se expandido.
A ADRA também tem fornecido alimentos para órfãos e famílias carentes através de um sistema de vale-produtos. Os beneficiados usam seus comprovantes na loja para comprar comida e outros suprimentos. A agência humanitária da igreja auxilia ainda viúvas e divorciadas, mostrando que elas podem igualmente produzir alimentos no quintal de casa.
“A ADRA forneceu sementes e treinamento e nos ajudou a trazer produtos ao mercado para vender”, ela relata.
Esse projeto faz parte de um programa mais amplo que já beneficiou cerca de 40 mil agricultores, segundo informa o site da ADRA Quênia. Miram Maria Mutunga foi uma das beneficiadas. Depois da morte do marido, o desafio de sustentar a casa se tornou ainda maior. O que era produzido na pequena propriedade da família não gerava mais do que 3 dólares por semana, quantia insuficiente para garantir a refeição dos filhos. “Felizmente, em novembro do ano passado, a ADRA identificou nosso grupo para treinamento em agricultura”, ela relata no site da agência humanitária.
Além das técnicas de cultivo de alimentos e avicultura, foram construídos pequenos reservatórios de água na propriedade. “Estou usando o novo conhecimento adquirido para cultivar melhor, controlar pragas e irrigar usando a água da ‘barragem de areia’. Agora eu ganho mais de 35 dólares por semana com a venda de vegetais e tenho sido capaz de empregar dois trabalhadores de tempo integral”, comemora a queniana.
Ela comemora o fato de o modelo estar motivando outros moradores da localidade a produzir o próprio alimento. “Estou ansiosa pelo dia em que nossa vila produzirá tantos vegetais que poderemos fornecer à cidade de Mwingi e para outras na região. Sou muito grata à ADRA, que me trouxe esperança. Quem imaginava que eu pudesse ser uma agricultora que fornece legumes para uma vila inteira? Vi os frutos do meu trabalho e minha vida melhorou”, Miram conclui.
BETTINA KRAUSE é diretora de comunicação do Departamento de Assuntos Públicos e Liberdade Religiosa na sede mundial da Igreja Adventista
(Publicada na edição de dezembro de 2019 da Revista Adventista/Adventist World)
Última atualização em 15 de janeiro de 2020 por Márcio Tonetti.