Serviço à humanidade

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O impacto do ministério de um casal brasileiro na vida dos refugiados no Líbano

Eduardo Teixeira

Foto: Arquivo pessoal

O Dia Mundial do Refugiado, 20 de junho, é uma data que destaca a importância de ajudar os mais de 100 milhões de refugiados que enfrentam o deslocamento forçado dos seus países de origem. Em meio a esse cenário desafiador, um casal brasileiro decidiu oferecer ajuda como voluntário no Oriente Médio mesmo após se aposentar. Helder Roger Cavalcanti e sua esposa, Débora Meira Cavalcanti Silva, compartilham suas experiências nesta jornada.

Quando vocês começaram o trabalho voluntário no Líbano e quais atividades são oferecidas no projeto?

Chegamos em setembro de 2020. Iniciamos nosso período de aposentadoria em agosto e, no mês seguinte, viajamos. Começamos as ações com uma escolinha de futebol, depois aulas de inglês, corte e costura, música e, finalmente, computação.

Pode nos contar mais sobre os atendimentos prestados aos refugiados?

Temos um centro de estudos com diversas salas de aula e dois campos de futebol, onde realizamos os treinos. As salas são alugadas, e os campos são disponibilizados gratuitamente. Também oferecemos transporte para as crianças e mulheres dos acampamentos de refugiados até os locais das aulas. Nossa equipe é composta por 15 pessoas, incluindo professores e tradutores. Embora haja várias organizações atuando nesta área, nós, por não sermos formalmente constituídos como uma organização, dependemos totalmente de doações feitas por amigos.

Nos últimos anos, acompanhamos as notícias sobre o aumento do número de pessoas refugiadas. De que maneira isso afeta um país que faz fronteira com Israel e Síria e é banhado pelo Mar Mediterrâneo?

A guerra na Síria resultou no deslocamento de milhares de pessoas que procuraram refúgio em diversos países, incluindo o Líbano, que recebeu cerca de 2 milhões de sírios. Além disso, outros conflitos externos e uma disputa na fronteira libanesa causaram enormes danos, tanto devido ao grande número de refugiados quanto à redução do turismo. Reconhecendo essas necessidades, decidimos ajudar não apenas os sírios, mas também os libaneses afetados por deslocamentos internos.

Considerando as diversas iniciativas que vocês já têm em curso, estão planejando implementar novos projetos?

Atendemos cerca de 300 alunos, a maioria crianças e adolescentes, além de algumas mulheres nas aulas de corte e costura. No entanto, alcançamos mais de 1.500 pessoas por meio de nossas iniciativas na área da saúde. Regularmente, recebemos grupos de voluntários para missões de curta duração, com o propósito de restaurar escolas e promover atividades com as crianças. Estamos ansiosos pela chegada dos equipamentos para iniciar uma academia exclusiva para mulheres na cidade de Majdal Anjar, onde estamos localizados. Nosso objetivo permanece o mesmo: capacitar pessoas em situação de vulnerabilidade, ajudando-as a sonhar com um futuro melhor.

Como os brasileiros podem contribuir com as atividades voluntárias que vocês realizam no Líbano?

Podem começar com orações. Além disso, se desejarem fazer doações financeiras, basta acessar o perfil @winnersls no Instagram para mais informações. Também estamos disponíveis para conversar sobre a inscrição no Serviço Voluntário Adventista no número (12) (991665904). Essa inscrição possibilita participar do processo seletivo para ações presenciais no território libanês, atendendo aos carentes e refugiados.

(Entrevista publicada originalmente na Revista Adventista de junho/2024)

Última atualização em 24 de junho de 2024 por Márcio Tonetti.