O papel das editoras em iluminar o mundo com a mensagem do advento
Marcos Noleto
Tenho uma relação de longa data com o ministério da página impressa. Quando ingressei na colportagem, em 1975, a Casa Publicadora Brasileira (CPB) ainda estava sediada em Santo André, no Grande ABC paulista. Tive o privilégio de visitá-la pela primeira vez quando era diretor de Publicações da antiga Missão Baixo Amazonas, que abrangia os estados do Pará e Amapá. Nessa mesma época, também conheci pessoalmente um dos grandes ícones da colportagem, Pedro Camacho.
Essa instituição, que neste mês completa seu 124º aniversário, teve um papel fundamental em minha conversão. Fui evangelizado por um tio quando eu tinha 25 anos. Ao visitar sua casa, ele me emprestou um livrinho já bastante manuseado, cujo título era Vida e Ensinos, de Ellen G. White. Ao entregar-me a obra, aconselhou: “Conheça a história dessa mensageira do Senhor, pois ela vai lhe inspirar muito!”
Comecei a ler aquele livro nas horas de descanso, passando por várias histórias que marcaram a vida da pioneira. Porém, umas das que mais me impactou foi o relato de como teve início a obra de publicações no contexto adventista. Para uma denominação que ainda dava os primeiros passos, os recursos eram escassos. Mas a visão era clara! Certa vez, com base nas revelações divinas que havia recebido, Ellen White disse ao seu esposo, Tiago: “Você deve começar a publicar um pequeno jornal e enviá-lo ao povo. Que seja pequeno a princípio, mas, quando as pessoas o lerem, mandarão recursos para imprimi-lo, e será um sucesso desde o início. A partir desse pequeno começo, foi-me mostrado ser como torrentes de luz que circundam o mundo” (Vida e Ensinos [CPB, 2014], p. 128).
O TRABALHO DE PUBLICAÇÕES FOI ESSENCIAL NO COMEÇO DA IGREJA E É AINDA MAIS NESTE MOMENTO DA HISTÓRIA
Então, em julho de 1849, Tiago White imprimiu o primeiro periódico adventista. Intitulado The Present Truth (A Verdade Presente), ele teve um papel muito importante em unir os primeiros adventistas sabatistas e chamar atenção para o verdadeiro dia de adoração e o iminente retorno de Cristo. Mais tarde denominado The Second Advent Review and Sabbath Herald (Revista do Segundo Advento e Arauto do Sábado), esse foi o embrião da Adventist Review, a revista adventista que circula até hoje nos Estados Unidos.
Há outra profecia envolvendo as publicações que não me sai da mente. Está registrada no último livro da Bíblia: “Depois destas coisas, vi descer do Céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória” (Ap 18:1).
Sobre esse “outro anjo” de Apocalipse 18, Ellen White escreveu: “É em grande parte por meio de nossas casas editoras que será efetuada a obra daquele outro anjo que desce do Céu com grande poder e, com sua glória, ilumina a Terra” (Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 7, p. 140).
Vejo este texto como sendo um complemento do primeiro. Naquele, a pioneira fala sobre o início da obra de evangelização pelas nossas publicações; neste, ela trata da missão final de nossas editoras.
Durante todo o tempo em que estive ligado ao departamento de Publicações, a lembrança dessa visão foi sempre minha maior motivação. Hoje, com 75 anos e já aposentado, creio ainda mais nisso ao ver que o número de editoras adventistas ao redor do mundo já passa de 60. O trabalho de publicações foi essencial no começo da igreja e é ainda mais neste momento da história.
MARCOS NOLETO é graduado em Teologia, foi colportor e líder de Publicações
(Artigo publicado na seção Enfim da Revista Adventista de julho/2024)
Última atualização em 22 de julho de 2024 por Márcio Tonetti.