Um cristão hebreu

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Autobiografia narra a história do pastor Frederick Gilbert e seu ministério entre os judeus

Max Pfeffer

Crédito: Divulgação CPB

“Sobre o trabalho em favor do povo judeu que está sendo feito pelo irmão [F. C.] Gilbert, fui instruída a dizer: dê a ele todo o incentivo possível. Não coloque restrições à sua obra. Ajude-o, para que, através de seus esforços e dos esforços de seus companheiros de trabalho, muitas das sementes de Israel sejam enxertadas no verdadeiro tronco, Cristo Jesus” (Ellen G. White, Manuscript Releases [Ellen G. White State, 1990], v. 14, p. 136).

O texto acima é uma exortação de Ellen White para que os esforços do pastor Gilbert em seu ministério evangelístico fossem reconhecidos e apoiados. Mas afinal, quem foi esse homem? Embora não tão conhecido quanto outras figuras históricas do adventismo, ele certamente deixou contribuições significativas para o avanço da obra, especialmente entre os judeus.

No livro Descobrindo o Messias: Minha Jornada de Fé Como um Cristão Hebreu, Frederick Gilbert narra a história de sua vida. A obra foi publicada originalmente em inglês em 1911, mas agora, pela primeira vez, o legado do pioneiro pode ser conhecido também em língua portuguesa.

Nascido em 1867, em Londres, Gilbert cresceu imerso no judaísmo ortodoxo e foi incentivado a tornar-se rabino. No entanto, decidiu seguir outro caminho. Por motivo de saúde, emigrou para os Estados Unidos. Pouco tempo depois, passou a morar com uma família cristã que, para sua surpresa, compartilhava diversas crenças do judaísmo, como a guarda do sábado e a abstinência de certos alimentos. Influenciado por essas pessoas, reconheceu Jesus como seu Salvador. Tornou-se pastor adventista e dedicou sua vida a proporcionar a outros experiências semelhantes à sua, especialmente entre seus irmãos judeus.

Algo que fica explícito na obra é que, mesmo após se tornar cristão, Gilbert manteve suas raízes. Para ele, o cristianismo era um desdobramento natural do judaísmo, pois entendeu que Jesus era o Messias esperado pelos judeus. Por isso, ele se autodenominava “cristão hebreu”.

A história do pastor Gilbert é uma inspiração para todos os missionários que têm dedicado esforços à contextualização do evangelho para diversos grupos étnicos. Descobrindo o Messias mostra a importância de valorizar e incentivar as diversas iniciativas missionárias que têm se espalhado pelo mundo. Os contextos são diferentes e desafiadores, mas Deus tem abençoado a Sua obra. 

TRECHO

“Naquele momento percebi que o Jesus que fui ensinado a abominar era o Messias de Israel, o Filho do Deus vivo. Fui transformado naquele instante, e minha alma se encheu de alegria! Parece que eu havia nascido de novo! Nunca me esquecerei daquela noite de 16 de abril de 1889! Não tinha participado de nenhum avivamento religioso, mas Jesus havia entrado naquela sala de jantar e dito: ‘Eu sou o Messias!’ Aquela voz foi inconfundível, inesquecível!” (p. 75).

MAX PFEFFER é editor de livros na CPB

(Resenha publicada na seção “Estante” da Revista Adventista de julho/2025)

Última atualização em 13 de agosto de 2025 por Márcio Tonetti.