Uma década de ênfase na oração

Intimidade com Deus leva a transformações duradouras

Mairon Hothon

Ele já faz parte do calendário da Igreja Adventista em todo o mundo e aqui, na América do Sul, representa o início das atividades evangelísticas integradas. O projeto 10 Dias de Oração tem unido igrejas e fiéis em torno do reavivamento e reforma espirituais. Em 2023, ele acontece no Brasil e em outros sete países entre os dias 23 de fevereiro e 4 de março, com o tema: “O Fim – Preparação para a Vitória”.

Uma das organizadoras do programa e líder do Ministério da Mulher no território sul-americano, Jeanete Lima, esclarece que o material entregue às famílias é inspirado no livro O Grande Conflito, que será distribuído durante a campanha Impacto Esperança em 2023 e 2024. Juvenis e adolescentes terão uma revista com formato e linguagem adaptados às novas gerações.

“A proposta dos 10 Dias de Oração é gerar contato com o livro missionário por meio das citações da revista e dos materiais disponíveis no site do projeto, de forma que ao compartilhar a publicação no primeiro sábado de abril, os membros já conheçam bem o assunto”, enfatiza Jeanete.

TESTEMUNHOS

A irmã Aldanete Ferraz é um exemplo de como esse projeto tem transformado vidas. Após o convite insistente do irmão, ela aceitou estudar a Bíblia. A cada lição, diferentes questionamentos foram respondidos até que entendeu o recado amoroso de Deus e aceitou o batismo.

“Um dia alguém estava orando por cinco pessoas e eu era uma dessas pessoas. Agora pertenço à igreja e também estou orando por cinco pessoas, que inclusive se tornaram minhas amigas”, detalha Aldanete, que hoje é líder do Ministério da Mulher na Igreja Adventista de Canto Grande, em Bombinhas (SC).

Neste ano, o programa completa uma década, período que ajudou a criar uma cultura de oração nas igrejas e grupos. Em muitas comunidades, o projeto se estendeu ao longo dos meses e se tornou algo contínuo, sem interrupções.

Em outros lugares, modificou práticas e intensificou a agenda de devoção. Na Igreja Central de São Caetano do Sul, no ABC paulista, por exemplo, os momentos de oração aconteceram durante 45 segundas-feiras de 2022.

De acordo com Sonia Bertazo, organizadora da ação, os dias se estenderam porque havia um público fiel, até nas redes sociais. “Percebemos que não podíamos perder o contato com os internautas, então organizamos o que chamamos de Sempre em Oração. Trata-se de um culto on-line das 6h às 6h30, às segundas-feiras. Além disso, o grupo do Ministério da Mulher ora pelos pedidos do chat ao longo da semana. Ficamos impressionadas com a quantidade de agradecimentos compartilhados e respostas concedidas”, relata Bertazo.

Em Tefé, no interior do Amazonas, os 10 Dias de Oração também se tornaram uma cultura de adoração local. Após o encerramento oficial do programa, um grupo de fiéis continuou a experiência de orar, estudar a Bíblia e interceder uns pelos outros em encontros que aconteciam no horário do almoço, às terças-feiras.

“Era o único tempo disponível, então renunciamos o intervalo do almoço para ir à igreja orar. Foi um desafio que se tornou um hábito. Vi milagres acontecerem, como o esposo de uma das participantes que chegou a ser batizado”, conta a comerciante Rosimar dos Santos.

Para o pastor Josanan Alves, líder de Mordomia Cristã na América do Sul e um dos organizadores do projeto, o envolvimento nessa jornada precisa continuar, pois fortalece a fé para os tempos finais da história do mundo. “Tudo precisa começar com Deus, e para termos uma vida espiritual sólida, oração e missão são os elementos fundamentais para a vitória neste tempo do fim”, conclui.

MAIRON HOTHON é jornalista

(Notícia publicada na Revista Adventista de fevereiro/2023)

Última atualização em 22 de fevereiro de 2023 por Márcio Tonetti.