O poder das emoções

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Uma influência intensa em nossa vida

Pablo Canalis

Foto: Adobe Stock

Paulo, que estava feliz por ter superado um desafio no trabalho, decidiu sair para comemorar com os amigos e voltou a consumir álcool. Durante a celebração, ele exagerou na bebida e também experimentou outras substâncias tóxicas, a fim de tornar a noite ainda mais intensa. Ao retornar para casa, enquanto dirigia, ele se perdeu em uma curva e colidiu com uma caminhonete que transportava uma criança que não usava o cinto de segurança. Infelizmente, a garota sofreu traumatismo craniano e teve que ser internada para tratamentos intensivos. Paulo ficou desesperado ao saber da situação da criança, porém, a reação exaltada da mãe dificultou seus esforços em tentar minorar aquela terrível situação.

Maria, preocupada e com pressa de sair de casa porque sua mãe estava com sintomas de infarto, pegou a filha de sete anos, entrou na caminhonete e começou a dirigir. Cansada das birras da criança em relação ao cinto de segurança, Maria decidiu deixá-la sem o dispositivo, justificando que a casa da mãe estava a poucas quadras e não havia ninguém na rua naquela hora da noite. Ao fazer uma curva à esquerda, um carro em alta velocidade, descontrolado, colidiu com a caminhonete. Era o ­veículo de Paulo, que voltava de sua comemoração com os amigos. Maria ficou angustiada quando percebeu que sua filha havia machucado a cabeça. Em desespero, ela começou a gritar com o motorista do carro.

APRENDAMOS A CONTROLAR NOSSAS EMOÇÕES PARA QUE ELAS NÃO NOS DOMINEM

As emoções desempenham papel fundamental em nossa vida e se manifestam de maneira intensa quando surgem. Existem emoções “positivas”, como alegria, amor, ternura, compaixão e tranquilidade; e emoções “negativas”, que incluem medo, tristeza, vergonha, inveja e raiva. Elas exercem uma poderosa influência em nossa forma de viver. Algumas nos auxiliam no discernimento, permitindo que avaliemos racionalmente nossas ações, pensamentos e decisões. No entanto, outras assumem o controle de forma avassaladora, deixando pouco espaço para o discernimento.

No relato desse acidente, podemos identificar que uma emoção “positiva”, como a felicidade de Paulo, e uma emoção “negativa”, como o medo de Maria, sem discernimento, resultaram em um desfecho catastrófico. Como teria sido diferente se ambos tivessem equilibrado suas emoções? É fundamental cuidarmos das emoções em nossas interações com familiares, amigos e a sociedade. Embora elas façam parte de nós, quando estão descontroladas podem causar danos significativos.

A raiva de uma mãe pode traumatizar um filho ou orientá-lo de maneira coerente e firme. O amor de um pai pode perpetuar a atitude manipuladora de uma filha ou equilibrar e corrigir comportamentos errados. A tristeza de uma esposa pode afastar o marido dela ou despertar compaixão e cuidado.

Aprendamos a controlar nossas emoções para que elas não nos dominem. Lembre-se de que, acima de tudo, devemos cuidar do nosso coração, “porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4:23).

PABLO CANALIS é médico especialista em Psiquiatria, pós-graduado em Medicina da Família e Comunidade

(Publicado na seção Em família da Revista Adventista de julho/2023)

Última atualização em 26 de julho de 2023 por Márcio Tonetti.