Principal periódico da Igreja Adventista no Brasil, a Revista Adventista tem mais de cem anos de história
Quando se consulta uma lista de acontecimentos mundiais importantes, o ano de 1906 não figura entre os mais célebres. Fora um terremoto que abalou San Francisco, parece que nada de muito relevante aconteceu. Porém, para o adventismo no Brasil, isso não é verdade, pois nesse ano surgiu a revista oficial da igreja no país. A criação de um periódico é sempre reflexo de autoconsciência, idealismo, crescimento, mobilização, sonho e desejo de aglutinar idéias.
Na época, o mundo era mais calmo, as coisas pareciam mais simples, o ritmo era mais lento, mas os líderes adventistas não eram menos visionários, os irmãos não eram menos dedicados e seus ideais não eram menos nobres. Em 1906, numa época em que o mundo tinha 1,7 bilhão de pessoas, o Brasil registrava uns 20 milhões de habitantes (o censo de 1900 indicou 17,4 milhões), a cidade de São Paulo não ultrapassava 300 mil moradores, o número de adventistas no Brasil somava 1.212 e a Sociedade Internacional de Tratados no Brazil era um sonho a se materializar, a liderança concluiu sabiamente que a comunidade adventista brasileira precisava de um veículo para expressar suas ideias e realizações.
Um periódico não nasce sozinho ou do nada. É idealizado por pessoas visionárias. No caso da Revista Adventista, é difícil determinar exatamente quem teve a ideia. Mas os sobrenomes que sobressaem em suas páginas iniciais são Graf, Gregory, Hölzle, Lipke, Pages, Spies e Schwantes, entre outros. Em sua maioria absoluta, como se vê por esses exemplos, eram estrangeiros ou filhos de estrangeiros.
Revista Trimensal foi o nome de batismo da nova publicação. O nome estava errado, uma vez que deveria ser Revista Trimestral, por ser publicada de três em três meses, não três vezes por mês, mas a ideia estava certa. Em janeiro de 1908, ela passou a ser publicada mensalmente e, como era de se prever, mudou de nome para Revista Mensal. O nome atual, Revista Adventista, veio em 1931, data em que a revista passou a ser identificada na capa como “orgam official da Egreja Brasileira dos Adventistas do Septimo Dia”. A designação de “órgão oficial” continuou até 1974. No ano seguinte, tornou-se “órgão geral” da igreja.
Quase toda iniciativa pioneira tem um começo pequeno. Isso não foi diferente com a Revista Adventista. A primeira edição, em janeiro de 1906, tinha 12 páginas, em preto e branco, a maioria dedicada às Lições da Escola Sabatina –que, por sinal, nem sempre seguiam uma temática definida. Em 1908, a revista mudou a periodicidade para mensal, mas perdeu tamanho, ficando com oito páginas. O número de páginas saltou para 16 em 1918, pulou para 32 em 1931, chegou a 48 em 1977 e, a partir daí, se manteve na casa das 40, sendo 15 dedicadas a notícias. Em janeiro de 1997, ganhou cores e papel cuchê.
Veja algumas capas da Revista Adventista ao longo das últimas décadas
Finalmente, em 2015, veio uma reformulação total. Repaginada, a revista ganhou um novo logotipo e um projeto gráfico mais arejado e moderno; criou novas seções escritas por profissionais especializados; passou a incluir mais reportagens; ganhou um novo site, que é atualizado constantemente e abriga o acervo histórico; lançou uma versão digital, disponível para dispositivos móveis; pulou para 52 páginas. A abordagem das matérias também passou a ser mais contextualizada. O alvo era consolidar a revista como um meio de informação ágil, confiável e indispensável para o público adventista e a comunidade em geral.
Fonte: texto adaptado de Marcos De Benedicto e Michelson Borges, “Um Século de História”, Revista Adventista, janeiro de 2006
Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Taffarel Toso.