Evento que acontece pelo 12º ano tem mudado a vida de comunidade rural e atraído cada vez mais visitantes
O primeiro sábado de maio é o dia mais aguardo no ano por uma comunidade de agricultores do interior do Paraná. Há 12 anos eles realizam a chamada Festa das Primícias, uma celebração baseada nos templos bíblicos que marca a pacata comunidade em que vive esse grupo de adventistas de Mamborê.
As festividades começam já no pôr-do-sol de sexta-feira. Assim que a luz natural se esconde, as luminárias da pequena igreja rural iluminam o ambiente, transformando a escuridão numa paisagem digna de cartão postal. Aos poucos, os membros que vivem nas propriedades rurais que cercam o templo começam a chegar. A programação de sexta-feira é preparada especialmente para eles, uma vez que todos estarão envolvidos no dia seguinte em um mutirão para atender as 3 mil pessoas que confirmaram presença no evento.
Ao raiar do sol, eles ficam a postos para atender os visitantes, que vêm de vários municípios vizinhos e até de outros estados. Ao chegar ao local, percebe-se o empenho dos moradores no preparo da estrutura. Muitos deles chegam a abandonar suas atividades por alguns dias a fim de se dedicar integralmente ao projeto e deixar tudo pronto até a data da celebração. Uma demonstração de que a mordomia cristão envolve não apenas a dedicação dos recursos a Deus, mas também do tempo.
“Como fruto do reconhecimento do que Deus faz por eles, a gente percebe a gratidão que eles têm na preparação de tudo isso”, afirma o pastor Fernando Iglesias, orador convidado para a edição deste ano.
Momento marcante
O ponto alto da programação é quando as famílias da localidade, de uma forma simbólica, levam ao altar o melhor daquilo que produzem. Em silêncio e emocionada, a multidão testemunha a atitude de gratidão e fidelidade a Deus. “Nós fazemos como no passado, entregamos a primeira produção a Deus, o que há de melhor. Foi a maneira que encontramos para agradecer e Ele por tantas bênçãos que derramou ao longo do ano”, explica um dos pioneiros, João Valdemar Zukowski.
De acordo com Ilson Gomes, um dos organizadores da iniciativa, o sucesso da festa se deve a crescente fidelidade dos membros. “Nesses 12 anos de atividades, a gente começa a ver transformações de vida. Temos hoje uma igreja mais unida, mais dedicada e, acima de tudo, uma igreja mais fiel”, explica.
De acordo com ele, a celebração também tem levado outras pessoas a praticar um estilo de vida semelhante. “A Festa das Primícias se tornou um símbolo de fidelidade para aqueles que nos visitam. Quando essas pessoas se deparam com a fidelidade e dedicação dos irmãos, elas começam a entender a necessidade de ser fiéis também. Fidelidade gera fidelidade”, enfatiza.
Clotilde Zenair da Silva, que mora em Cascavel (PR) e percorreu 150 km para participar do evento, voltou para casa impressionada com o que viu. “É nítida a confiança deles em Deus. Fiquei emocionada ao ver as famílias entrando, desde os mais velhos até as crianças, aprendendo desde cedo a entregar o melhor para Deus. Foi um dia inesquecível”, conclui. [Reportagem e fotos: Fernando Lorenzzo]
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Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.