A força das publicações

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A história da nossa igreja está ligada ao ministério da página impressa

Erton Köhler
Foto: William de Moraes

Igreja Adventista do Sétimo Dia crê na Bíblia e ensina todo o seu conteúdo. Mas tem uma relação especial com Daniel e Apocalipse, pois ambos afirmam nossa mensagem e nosso papel profético. É interessante observar que neles Deus valoriza a figura dos livros. Em Daniel 12:4, Ele ordena: “sele o livro”. Já Apocalipse 10:9-11 usa a figura de um livro doce que se tornou amargo para descrever o nascimento do remanescente do tempo do fim. Não é difícil notar que Deus tem um carinho especial pelas publicações.

A história da nossa igreja também está ligada à força das publicações. Os livros exerceram um papel vital em nossa formação doutrinária, no fortalecimento da fé e no cumprimento da missão. O teólogo Victor Casali identificou que foi na década de 1870 que a igreja experimentou seu maior crescimento (Laicos, Publicaciones y Crecimiento de Iglesia, p. 18-19). Passamos de 5.440 para 15.570 membros, quase triplicando esse número (Richard W. Schwarz, Light Bearers to the Remnant, p. 136).

Os volumes 3 e 4 dos Testemunhos Para a Igreja contêm as mensagens escritas por Ellen White durante esses anos. Na introdução do volume 4, os Depositários do Patrimônio Literário White registram que, naqueles dias, “a obra denominacional adentrou um período de rápida expansão” (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 5).

O volume 3 apresenta as mensagens escritas pela profetisa entre 1872 e 1875. Foi o tempo em que seu esposo, Tiago White, adoeceu pelo peso da responsabilidade de uma igreja que avançava rapidamente, mas com pouca estrutura e dando os primeiros passos em sua organização.

Já o volume 4 contém as mensagens escritas entre 1875 e 1881. Foram os últimos anos de Tiago White, período em que sua vida foi consumida pelo peso de uma obra em expansão. O rápido crescimento da igreja e o desgaste que isso causou à saúde do pioneiro formam o contexto das mensagens escritas por Ellen White e confirmam o rápido avanço da obra adventista.

O historiador Richard Schwarz apresenta várias razões para o forte crescimento desse período. Uma das mais relevantes, porém, foi o surgimento das Sociedades Missionárias de Publicações, que deram protagonismo ao uso da literatura em nossa consolidação e expansão (Light Bearers to the Remnant, p. 152).

Não é por acaso que no maior país adventista do mundo também está a maior editora adventista

Quando olhamos para o surgimento da obra adventista em terras sul-americanas, vemos que a literatura também teve papel destacado. Em sete dos oito países que compõem a Divisão Sul-Americana, a obra começou com colportores e a mensagem impressa.

No Brasil não foi diferente. Deus usou e continua usando vários meios para ampliar o alcance da mensagem adventista, mas o principal deles tem sido a literatura. Não é por acaso que no maior país adventista do mundo também está a maior editora adventista, a Casa Publicadora Brasileira.

Esta edição da Revista Adventista celebra os 120 anos da editora. Não foram apenas 43.800 dias de bênçãos, mas trata-se de uma história usada por Deus para multiplicar esperança por meio das publicações. A CPB foi e continua sendo relevante para o cumprimento de nossa missão de preparar um povo para o encontro com o Senhor. Entre as muitas maneiras pelas quais isso tem ocorrido está o livro missionário, que tem sido preparado e vendido à igreja por apenas 1 real nos últimos 13 anos. Esse é um projeto que mobiliza uma igreja que confia na promessa de que “mais de mil se converterão brevemente em um dia, a maioria dos quais reconhecerá haver sido primeiramente convencida através da leitura de nossas publicações” (Evangelismo, p. 693).

ERTON KÖHLER é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

(Artigo publicado na seção Bússola da edição de dezembro de 2020 da Revista Adventista)

Última atualização em 28 de dezembro de 2020 por Márcio Tonetti.