Legado

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Dois homens célebres, dois caminhos opostos
Erton Köhler
Crédito da imagem: Fotolia

Poucas semanas atrás, o mundo perdeu dois homens que deixaram um legado para o século 21. Ambos tinham capacidades especiais e as usaram em caminhos totalmente diferentes. Um decidiu levar as pessoas ao Senhor e outro escolheu afastá-las Dele.

Depois de uma longa luta contra o câncer, o grande evangelista Billy Graham descansou no dia 21 de fevereiro, aos 99 anos de idade. Foram mais de seis décadas de um ministério muito produtivo. Poderoso pregador, ele foi também grande escritor e respeitado conselheiro. Publicou 25 livros e exerceu grande influência sobre diversos presidentes norte-americanos. Recebeu várias homenagens: uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, a Medalha Presidencial da Liberdade (a maior condecoração civil dos Estados Unidos), a Medalha de Ouro do Congresso e Cavaleiro Honorário na Ordem do Império Britânico. De acordo com o instituto de pesquisas Gallup, Billy Graham esteve na lista dos homens mais admirados do mundo mais de 60 vezes em sua vida.

A cerimônia fúnebre foi realizada debaixo de uma tenda branca, que lembrava as tendas usadas nas cruzadas feitas por ele em seus primeiros anos de ministério. Cerca de 2.300 convidados ouviram as últimas mensagens e homenagens. O sermão foi feito por Franklin, filho e sucessor, com uma breve reflexão sobre João 3:16 e um apelo. Mas todos se emocionaram ao ouvi-lo dizer: “O Billy Graham que o mundo viu na televisão, o Billy Graham que o mundo viu nos estádios, foi o mesmo Billy Graham que vimos em casa. Não havia dois Billy Grahams.”

Em suas cruzadas, organizadas desde 1948 em estádios, parques e outros locais públicos, Billy Graham alcançou uma audiência direta de quase 210 milhões de pessoas em 185 países.

Em 14 de março morreu Stephen Hawking. Aos 21 anos, foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, doença degenerativa que paralisou progressivamente seus músculos. Segundo seu médico, ele viveria apenas mais três anos, mas viveu outros 55 anos e se tornou um renomado cientista.

Infelizmente, dedicou a vida e o conhecimento científico que possuía para defender que o Universo não teve início por ato de criação, além de ridicularizar a existência de Deus. Ele dizia: “Antes de entendermos a ciência, o lógico era acreditar que Deus criou o Universo. Mas agora a ciência oferece uma explicação mais convincente. […] Não há nenhum Deus. Sou ateu. A religião crê em milagres, mas eles não são compatíveis com a ciência.”

Apesar de todos os seus conflitos com Deus, ele reconhecia: “Estamos ficando sem espaço e os únicos lugares a ser encontrados são outros mundos. É hora de explorar outros sistemas solares. Espalhar-se pode ser a única coisa que vai nos salvar de nós mesmos. Estou convencido de que os humanos precisam sair da Terra.”

Hawking, sem querer, acabou incentivando a confiança nas promessas divinas. Afinal, foi o Senhor quem profetizou o estado de calamidade do planeta, antes do fim, e apontou o caminho único para deixá-lo. Esta não é a grande descoberta de Hawking, mas a grande esperança dos cristãos. A promessa foi anterior a ele: “seremos arrebatados […] entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares” (1Ts 4:17). Ellen White é ainda mais específica: “Livres da mortalidade, alçarão voo incansável para os mundos distantes” (O Grande Conflito, p. 677).

O legado desses homens deve provocar uma reflexão. O que você está fazendo com os talentos que Deus lhe deu? Seu exemplo, suas palavras, seu ensino e influência estão sendo usados para aproximar pessoas do Céu ou para tirá-las de lá? Você está usando sua capacidade para fortalecer a causa de Deus ou enfraquecê-la? Use seus talentos para o Senhor, lembrando que as sementes que você plantar nesta vida definirão seu destino na eternidade.

ERTON KÖHLER é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

(Artigo publicado originalmente na edição de abril de 2018)

Última atualização em 20 de abril de 2018 por Márcio Tonetti.