A realidade atual só pode ser plenamente compreendida por meio da revelação profética
ERTON KÖHLER
Completamos um ano de luta contra a Covid-19, e a pandemia, que parecia quase controlada, se tornou mais ameaçadora. Seguimos com muitas perguntas e poucas respostas, com sobra de opiniões e falta de soluções, com excesso de polêmica e falta de colaboração. Apesar da vacina, o sentimento geral ainda é de insegurança, medo e confusão.
Não estamos enfrentando um simples fenômeno natural que possa ser teorizado ou explicado. Há um poder maior trabalhando pela destruição do mundo e dos filhos de Deus. Existem questões complexas que precisam ser entendidas para podermos enfrentar a crise sem perder a esperança. Destaco três perguntas frequentes nestes dias:
• Onde está Deus diante de tanto sofrimento? Vamos começar com outras perguntas que podem ajudar na reflexão: O sofrimento é resultado das atitudes divinas ou das escolhas humanas? Deus virou as costas ao ser humano ou foi este que abandonou a Deus? No jardim do Éden, no dilúvio e no Calvário, Deus sempre tomou a iniciativa. Foi assim ao longo da história. Ele foi atrás, buscou, amou, perdoou, trouxe esperança. Hoje o ser humano acha que precisa perguntar: “Onde Deus está?” Mas a resposta é simples: Ele está onde nós O colocamos. Em muitos lugares, Ele foi retirado das casas, escolas, espaços públicos, cerimônias, valores e corações. Foi colocado nas telas e passarelas, vendido no mercado religioso e ridicularizado nos programas humorísticos, explorado em disputas políticas e exposto em páginas policiais. Quer saber onde Jesus realmente está? Pergunte a Seus filhos fiéis.
• Esta tragédia é um castigo de Deus para o mundo? A Bíblia fala de julgamento e punição, mas esta não é sua mensagem principal. A ênfase está na salvação. O castigo é consequência de rejeitar a oferta divina. O apóstolo Pedro deixa claro que Deus leva Sua misericórdia ao extremo (2Pe 3:9). Apesar de toda a loucura, rebelião, rejeição e independência do ser humano, Deus é paciente. Continua buscando para salvar e não para punir. Por isso, a pergunta deveria ser diferente: “Não seria a pandemia uma grande oportunidade para o mundo?” Será que Deus estaria permitindo esta crise como um último convite de arrependimento e salvação? Veja como o mundo todo foi alcançado: ricos e pobres, cultos e incultos, cidades grandes e pequenas, países desenvolvidos e em desenvolvimento. Não parece que este possa ser um dos mais fortes chamados de Deus?
• Este é o último sinal, que antecede a volta de Jesus? Sem dúvida, este sinal é gravíssimo e combina com um cenário do fim. Mas, se você ler com atenção Mateus 24:5-14, verá que os sinais gerais não são a palavra final. Eles não vêm de Deus, mas do inimigo. Ao mencioná-los, Jesus repetiu expressões como “ainda não é o fim” (v. 6), “princípio das dores” (v. 8) e “ficar firme até o fim” (v. 13). A volta de Cristo não será definida pelos sinais do inimigo, mas pelo próprio Jesus. O sinal iminente, que Ele apresenta no verso 14, expressa Seu amor e renova as oportunidades. Somente quando o “evangelho do reino” for pregado “por todo o mundo, para testemunho a todas as nações”, “virá o fim”. O último sinal não é a pandemia, mas a pregação a todo o mundo, embora a pandemia possa ajudar a impulsioná-la. Afinal, se ela alcançou o mundo em semanas, por que a pregação do evangelho também não alcançaria? Para que isso aconteça, coloque suas forças no cumprimento da missão e não alimente a especulação.
ERTON KÖHLER é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul
(Artigo publicado na seção Bússola da Revista Adventista de abril de 2021)
Última atualização em 5 de abril de 2021 por Márcio Tonetti.