Ao começar o ano, busque fazer descobertas que o ajudem a corrigir atitudes, estabelecer metas que façam diferença e resgatar valores que melhorem a vida
Erton Köhler
Segundo José Rojas, que por muitos anos liderou os jovens adventistas nos Estados Unidos, “em cada igreja existem três tipos de indivíduos: os cansados, os que se cansam e os incansáveis”. Naturalmente, eles não estão apenas dentro das igrejas, mas em todos os lugares. O mais importante é descobrir com qual deles você mais se parece. Esta é uma avaliação importante para começar o ano.
Cansados são aqueles que enfrentam provas duras demais, até o limite de suas forças. Talvez a perda de um familiar querido, uma doença sem cura ou a espera por um diagnóstico que não aparece. Quem sabe um coração inocente que acaba sendo explorado por aproveitadores, alguém caído que não consegue se levantar por causa de duras críticas ou o desafio de crises emocionais profundas e incontroláveis.
Segundo Charles Swindoll, pastor e escritor americano, “as dificuldades não apagam as promessas de Deus. O tratamento cruel não escapa aos olhos de Deus. As provações não diminuem o interesse de Deus”. Ele renova as forças quando o esgotamento parece ter chegado ao limite. Jesus sabe como ser forte ao enfrentar crises, pois, quando levou sobre Si os pecados da humanidade, foi até o fim e declarou “está consumado” (Jo 19:30); não desistiu dizendo “estou consumido”.
Os que se cansam são aqueles que desejam ser o centro de tudo. Seu ego é insaciável, sua opinião é infalível, seus interesses são inegociáveis e suas vaidades ilimitadas. Competitivos ao extremo, precisam diminuir os outros para alimentar sua superioridade. Veem defeito e fracasso em tudo e em todos. Amargos, tornam-se o “vinagre” e não o “sal da terra”. Consideram-se sempre prejudicados e injustiçados, buscando colocar a culpa nos outros e cobrar seus direitos. Falam demais, exageram as coisas e, por insistir em chamar atenção para si mesmos, acabam sendo inconvenientes. Afinal, “quem procura a glória não a merece e quem a merece não a procura” (Vergílio Ferreira). O remédio para essa enfermidade é olhar-se no espelho de Cristo e identificar tantas falhas pessoais que seja impossível ver o erro dos outros.
Os incansáveis são aqueles que, no sofrimento, aprendem a crescer e nas quedas encontram forças para seguir em frente. São pessoas como Beethoven, que segurava o violino desajeitadamente e foi considerado sem futuro por seu professor, e Albert Einstein, que não falou antes dos 4 anos de idade e não leu antes dos 7, e por isso seu professor o descreveu como despreparado, e sua admissão na Escola Politécnica de Zurique foi recusada. Eles e muitos outros não desistiram e acabaram fazendo história.
Pessoas assim têm brilho nos olhos e fogo no coração. Possuem relatos de superação e se tornam admiradas, respeitadas e inesquecíveis. Levantam-se motivadas cada manhã para que consigam dormir realizadas cada noite. Sabem que “a recompensa dada aos que triunfam será proporcional à energia e fervor com que lutaram” (Ellen White, Atos dos Apóstolos, p. 174).
Enfrentam seus desafios sem esquecer que “os que esperam no Senhor renovarão as suas forças” (Is 40:31). Cumprem a missão porque confiam crendo que o Senhor estará ao seu lado “todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28:20). A exemplo de Calebe, têm “outro espírito” (Js 24:14, 15), enxergam além das dificuldades e acreditam que “a todos quantos se oferecem ao Senhor para o serviço, sem nada reter, é dado poder para alcançar resultados sem limites” (Ellen White, A Ciência do Bom Viver, p. 160).
Afinal, que tipo de pessoa é você?
ERTON KÖHLER é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul
(Artigo publicado na seção Bússola da edição de janeiro de 2020 da Revista Adventista)
Última atualização em 15 de janeiro de 2020 por Márcio Tonetti.