Tudo por uma causa

2 minutos de leitura
Você vai às ruas para compartilhar esperança com o mesmo entusiasmo mostrado por aqueles que defendem bandeiras sociais?
Nossa energias devem estar concentradas em levar pessoas a Jesus, que é a fonte da verdadeira solução, e não estar ligadas à pressão desesperada das alternativas humanas. Créditos da imagem: Fotolia
Nossa energias devem estar concentradas em levar pessoas a Jesus, que é a fonte da verdadeira solução, e não estar ligadas à pressão desesperada das alternativas humanas. Créditos da imagem: Fotolia

Nas últimas semanas, multidões saíram às ruas em diferentes partes do Brasil. Algumas pessoas se manifestaram para lutar contra a corrupção e outras para defender o governo diante da grave crise política e moral que o país enfrenta. A situação é tensa, envolvendo duras acusações de ambos os lados. Quando acontecem encontros entre os diferentes grupos, muitas vezes há violência, agressão física e desrespeito. Isso é apenas uma amostra da convicção de alguns e do desequilíbrio de outros.

São multidões unidas pela mesma causa. Não se notam separações culturais nem de classes sociais, por mais que tentem colocar as classes mais altas de um lado e as mais pobres de outro. Foi impressionante ver como diferentes pessoas se entregaram ao movimento, pintando o rosto, gritando, levantando bandeiras, faixas e aceitando ficar espremidas no meio da multidão. A maioria usava camisetas especiais, investindo seus próprios recursos para comprá-las, num grande comprometimento.

Como cristãos fiéis e cidadãos, também temos um compromisso social. Podemos clamar por justiça, pois o próprio Jesus recomendou dar “a César o que é de César”, desde que não nos esqueçamos de que o mais importante é dar “a Deus o que é de Deus” (Mt 22:21). Somos livres para nos expressar em temas sociais, mas nossa prioridade precisa estar nas questões espirituais e celestiais. Defender as coisas deste mundo é importante, mas viver pelas coisas do Céu é fundamental. Precisamos ter a mesma certeza de Billy Graham quando declarou: “Minha casa está no Céu. Estou apenas viajando por este mundo.”

Esses movimentos realmente revelam onde estão as prioridades. Muita gente vai para as ruas, se desgasta fisicamente, grita palavras de ordem, tira fotos, dá entrevistas e usa camisetas, tudo para defender seus valores ou sua visão política. Mas o que ocorre quando somos chamados para ir às ruas e apresentar nossa visão espiritual? Estamos dispostos a fazer o mesmo esforço e ir ainda mais longe? Seu coração, suas energias, sua imagem pessoal e seus recursos estão vinculados às causas da Terra ou à esperança do Céu?

As ruas mostram de que lado estamos. Mesmo que você não tenha participado de protestos, pode avaliar qual dos movimentos atrai seu coração e onde está concentrada sua atenção. Você está mais interessado em saber o que está acontecendo com o movimento da esperança ou com o resultado dos protestos? Você está envolvido em movimentos que usam o braço humano ou a força divina? Em suas conversas mais interessantes, você gasta mais tempo falando das crises atuais ou das promessas eternas?

Não podemos correr o risco de agir como Pedro, que estava pronto a cortar a orelha de Malco (Jo 18:10), mas não tinha coragem de assumir seu compromisso com Jesus (Mc 14). Hoje ainda precisamos aprender a guardar a espada e apascentar as ovelhas (Jo 21:15-17). Nossa motivação precisa ser a mesma dos heróis da fé, que enfrentaram os dramas deste mundo com o coração em uma pátria superior (Hb 11:16), porque “nessas pacíficas planícies, ao lado daquelas correntes vivas, o povo de Deus, durante tanto tempo peregrino e errante, encontrará um lar” (O Grande Conflito, p. 675). Essa é nossa verdadeira esperança.

Neste mês de maio, vamos às ruas para o Impacto Esperança. É o momento de revelar onde estão nossas prioridades e mostrar a uma sociedade desintegrada onde está a esperança viva. Vamos entregar livros, vestir camisetas, levantar bandeiras, cantar hinos, servir à comunidade e reunir multidões, tudo para salvar!

ERTON KÖHLER é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

LEIA TAMBÉM

Uma igreja para a maioria

Campo ou cidade?

Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.