A epidemia mais fatal que atinge a humanidade e como combatê-la
FERNANDO DIAS
A epidemia da nova cepa do coronavírus irrompeu justamente enquanto eu estava em uma viagem internacional por motivos profissionais. Quando tomei o avião para voltar para casa, pude perceber uma preocupação que se tornou muito comum em aeroportos: centenas de passageiros e funcionários usando máscaras. Alguns mantinham a seu alcance um frasco de álcool em gel, com que periodicamente higienizavam as mãos. A precaução com um perigo invisível era evidente e compreensível: o contágio viral é frequente em locais fechados que reúnem muita gente oriunda de diferentes lugares, como são os terminais de embarque e desembarque de passageiros.
De regresso, descobri que o temor não era exclusividade dos viajantes. Alguém me perguntou, com algum preconceito, apreensão e ingenuidade, se havia chineses no local onde eu estivera. Respondi que sim, que há muitos. Existe uma considerável colônia oriental na metrópole que visitara. Acrescentei que achei a preocupação de evitar pessoas dessa origem totalmente irrazoável. O fato de o foco da pandemia estar na China não faz dos originários do país transmissores naturais da moléstia. Era preciso que tivessem estado lá recentemente, mais precisamente na cidade de onde se disseminavam os casos, para se suspeitar de um eventual contágio. A probabilidade de eu me encontrar com alguém contaminado é muito pequena, pensei. Além disso, ouvira falar que a letalidade da infecção é em torno de 2%. Achei que, mesmo que, na pior das hipóteses, fosse contaminado, estaria entre os 98% sobreviventes para contar a história depois. Confiava em meu sistema imunológico. Portanto, como muitos outros, não usei máscara durante a viagem. Para minha tranquilidade, o país onde estive ainda não apresentou sequer um caso da doença.
O comportamento das pessoas diante do medo do contágio do novo vírus me fez refletir. São tomadas atitudes de precaução, algumas bastante exageradas, por indivíduos e governos. Medidas simples, como higienização e desinfecção, devem ser tomadas por todos para evitar essas e outras infecções. Onde há a doença, os cuidados são ainda mais sérios. Os habitantes da cidade de Wuhan, na China, onde foram confirmados mais casos e de onde a epidemia se espalhou, permanecem sob interdição. Entrar e sair da cidade está proibido. Os passageiros do cruzeiro Diamond Princess, no qual descobriu-se vários casos, precisam permanecer em quarentena na costa japonesa, sem poder aportar. Com enfermos a bordo, qualquer um dos passageiros era um potencial infectado e poderia levar o terrível vírus para suas casas. Na Itália, onde a doença tem feito vítimas, uma partida de futebol aconteceu com o estádio sem a torcida, só com os jogadores, suas equipes técnicas e alguns jornalistas. “Melhor evitar grandes aglomerações”, teria sido a justificativa para a atitude. Não me surpreenderia se o pavor com a propagação da praga precipitasse medidas drásticas e a violação de direitos humanos. Países poderiam proibir a entrada de pessoas egressas das áreas onde há mais pessoas acometidas da doença. Poderia haver interdição de entrada e saída de outros lugares onde há casos. Parece que, em uma ditadura, foi executada uma pessoa que violou a quarentena imposta após viagem ao país onde está o epicentro da moléstia. Sob a capa do medo, alguns revelam sua maldade.
Há, no entanto, outro agente mortífero muito pais perigoso do que o coronavírus. Encontra-se já espalhado por todo o mundo. Trata-se do germe do pecado. Sua taxa de letalidade é de 100%. “A pessoa que pecar, essa morrerá”, vaticinou o profeta Ezequiel (18:20). “O salário do pecado é a morte”, prognosticou o apóstolo Paulo (Rm 6:23). O primeiro caso desse terrível mal surgiu no próprio paraíso, no jardim do Éden. Sua primeira vítima fatal foi Abel, morto pelo próprio irmão, também infectado. Sua taxa de contágio é altíssima. Todos já estamos contaminados (Rm 3:10-13, 23). Não adianta mais usar máscara. De nada vale se higienizar com álcool em gel. Nenhuma medida preventiva humana é eficaz para evitar a presença do pecado em nossa vida. Como agravante, depois da infecção inicial, o pecado tornou-se doença congênita. Fomos concebidos com ele (Sl 51:5; 58:3; Jó 15:14). Nascemos em pecado, vivemos dominados por ele, e nossa força de vontade é incapaz de vencer seus impulsos para o mal. “Todo o que comete pecado é escravo do pecado”, alerta o evangelho (Jo 8:34).
No entanto, ao contrário do novo coronavírus, já existe remédio. O antídoto contra o pecado é o poderoso sangue de Cristo, vertido na cruz. “O sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1:7). Sim, em Cristo há solução e remédio para o pecado. “Esta palavra é fiel e digna de aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1:15). Ao entregar a vida a Ele e aceitar Seu perdão, oferecido a nós de graça, podemos ser libertos da culpa do pecado. “Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa” (Pv 16:6). Ao andar dia a dia ao lado Dele, em oração, leitura da Bíblia e disposição para a obediência, somos libertos, por Seu Espírito, da prática do pecado. “Portanto, não permitam que o pecado reine em seu corpo mortal, fazendo com que vocês obedeçam às suas paixões” (Rm 6:12). Finalmente, por ocasião do retorno de Cristo em glória e majestade, sobre as nuvens do céu, seremos libertos das consequências do pecado, entre elas a morte (1Co 15:51-53).
A epidemia de coronavírus, que tem feito tantas vítimas, deve, espera-se, ser controlada em algum momento, assim como foram outras doenças do passado. Da mesma maneira, a epidemia do pecado também está com seus dias contados. Mas, como é muito mais grave que qualquer micro-organismo, o pecado acabará por eliminar todos que estão acometidos com ele. Inclusive eu e você. Em nossa vida, o pecado talvez se manifeste em um temperamento descontrolado, em palavras ferinas, em um vício secreto ou num ato de desonestidade ou permissividade sexual. O mal habita nossos pensamentos toda vez que cultivamos no coração a cobiça, a inveja, o ressentimento e a lascívia. Se você imagina que o pecado não o afeta, essa é uma evidência do estágio mais avançado da doença: a presunção e o orgulho. Como o publicano da parábola contada pelo Mestre Jesus, precisamos bater no peito e dizer para o Médico da alma: “Ó Deus, tem pena de mim, que sou pecador!” (Lc 18:13). Ao reconhecermos o fato de que somos pecadores e assumirmos a responsabilidade por nossos atos, pensamentos ou intenções contrários à vontade de Deus, damos o primeiro passo para a cura. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1:9).
Abra seu coração a Deus e reconheça que só Jesus Cristo pode curar-nos do pior de todos os males, o pecado, pois “certamente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si” (Is 53:4). Reconheça sua necessidade de dependência de Cristo para viver uma vida livre do pecado. “Todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado, porque quem é nascido de Deus guarda a si mesmo” (1Jo 5:18). Finalmente, aguarde com alegre expectativa a erradicação completa de todas as consequências do pecado. Mesmo para aqueles que já morreram por causa deste mal, há esperança. Em breve, todos os que aceitaram o sacrifício de Jesus e se entregaram para viver em função Dele experimentarão a cura completa dessa enfermidade mortífera. “Porque o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4:16-17).
Experimente a cura completa que Jesus Cristo lhe oferece hoje.
FERNANDO DIAS, pastor e mestrando em Teologia, é editor associado de livros na Casa Publicadora Brasileira
Última atualização em 25 de março de 2020 por Márcio Tonetti.