Revista mostra como plantar igrejas com potencial de multiplicação
O propósito de se estabelecer novas congregações tem sido amplamente debatido no contexto evangélico. Nos últimos anos, a discussão também ganhou novo fôlego no meio adventista, fomentando reflexões, pesquisas em nível acadêmico e a criação de programas de incentivo à abertura de igrejas.
Em abril de 2016, um relatório estatístico da sede mundial da Igreja Adventista apontou para o fato de que a cada 3,2 horas uma nova congregação era aberta no mundo, um recorde histórico para a denominação. Somente na América do Sul foram plantadas mais de 1,2 mil congregações nos últimos 12 meses.
Embora os números sejam bastante expressivos, a liderança da igreja tem enfatizado a necessidade de formar novas comunidades que nasçam com o objetivo de se multiplicar. O assunto ganhou destaque na edição de janeiro-fevereiro da revista Ministério, publicada pela CPB.
LEIA NA ÍNTEGRA O EDITORIAL: De volta às origens
Autor da matéria de capa, Peter Roennfeldt, pastor jubilado que se mantém ativo no plantio de igrejas, mostra seis passos para estabelecer comunidades multiplicadoras. Um dos aspectos ressaltados por ele é que igrejas saudáveis se multiplicam intencionalmente e que crescimento quantitativo não é, necessariamente, sinônimo de saúde. Para ele, as igrejas precisam identificar e promover “processos simples, orgânicos e reprodutíveis”, possibilitando que os novos crentes estejam conectados a novos relacionamentos, nos quais o evangelho possa ser semeado.
Entrevistado especial da edição, o pastor Jackson Paroschi Corrêa, que é parte de um movimento de plantio de igrejas que está se desenvolvendo no Sul do Brasil, também frisou a necessidade de congregações que tenham o “DNA missional”. “Todos nós nascemos com DNA formado. Assim também a nova igreja precisa nascer sabendo que ela também irá se multiplicar”, ressaltou o pastor do distrito da Neva, em Cascavel (PR).
Porém, ao falar sobre o papel dos membros voluntários no processo, ele observou que ninguém planta uma igreja sozinho. “O plantio não depende do pastor distrital nem do evangelista, mas de todos os envolvidos nesse processo intencional”, destacou Corrêa, chamando a atenção para um “novo conceito” de plantio de igrejas.
De olho nas cidades
Estabelecer igrejas nas grandes cidades é um dos maiores desafios na atualidade. Nesse ponto, Manaus (AM), primeira capital a ter presença adventista em todos os bairros, serve de modelo para o mundo. Mas outras grandes cidades brasileiras também contam com projetos interessantes de como transformar comunidades urbanas por meio do plantio de igrejas.
No artigo intitulado “De olho nas cidades”, Gerson Santos, doutor em Ministério pela Universidade Andrews e secretário associado da sede mundial adventista, menciona o caso da Igreja Adventista da Vila Madalena, na capital paulista, que, apesar de ter nascido há pouco tempo, tem obtido bons resultados por meio do ministério intitulado A Gente Cuida.
Uma das formas de se aproximar dos moradores da maior metrópole brasileira foi por meio da iniciativa “Desafaba”. Toda sexta-feira à noite, um grupo de jovens se encontra na Avenida Paulista, centro financeiro da capital, e oferece um momento para aqueles que desejam desabafar. Eles disponibilizam um banquinho para as pessoas sentarem e começam uma conversa descontraída para os que desejam descansar e dialogar um pouco. “É perceptível como as pessoas que vivem nos grandes centros urbanos têm necessidade de amizades genuínas”, ressalta Santos, ao analisar como fazer discípulos nessas regiões desafiadoras para a evangelização. [Márcio Tonetti, equipe RA / Com informações da revista Ministério]
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Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.